30.8.18

chegou a hora do até já e da mudança

Tenho o hábito de almoçar com um grupo de amigos uma vez por semana. Já fomos a vários espaços mas há muito que começamos a frequentar um pequeno café que consegue ter quatro ou cinco pratos do dia.

O convívio entre nós é o que mais importa. Muito mais do que a comida. Mas ali encontrámos comida muito boa e uma família extraordinária que nos acolheu como fazendo parte deles. E não há melhor do que isto para esquecer os problemas do trabalho e da vida. O tempo ali passado vale ouro.

Infelizmente, há uns meses surgiu a notícia de que ia fechar o espaço. Ficámos tristes mas felizes com o facto de nunca mais acontecer. Foram passando as datas e nada de fecho. O que nos levou a acreditar que a reunião semanal continuaria a ser ali.

Até que chegou a triste notícia. Vai mesmo fechar. E já! É certo que nós vamos continuar a juntar noutro espaço, mas fica o vazio de não ser na companhia de uma família que nos trata tão bem. Que nos faz sentir melhor do que no mais luxuoso dos restaurantes.

Fico triste, mas feliz. Porque quero acreditar que é a melhor decisão para a família. Só posso desejar tudo de bom para o Jorge (um cozinheiro de excepção), tal com a D. Paula. E também para o Xerife Sr. Artur: "bebida é comigo". É um até já!

23.8.18

o drama da mudança de cristina ferreira

Cristina Ferreira vai trocar a TVI pela SIC. Uma colaboradora de um canal entende que o seu trabalho e influência merecem outro reconhecimento monetário e talvez a nível de poder. A entidade patronal entende que não. E a concorrência aproveita esta situação para contratar alguém que acredita ser sinal de sucesso futuro. Acontece com estes três protagonistas mas poderia ser a história de qualquer trabalhador, de qualquer mercado. Nada de anormal, portanto.

Não sei se é pela dimensão do País, pela também pequena dimensão dos mercados ou mesma pela falta de hábito, mas só para nós é que isto é um bicho de sete cabeças. Em muitos outros países seria apenas mais uma mudança profissional, igual a tantas outras. Por cá parece que é o fim do mundo. Parece que a TVI deixará de existir e que a SIC será o canal com melhores audiências a nível mundial. E nada disto é matemático.

Recordo-me do momento em que Jorge Jesus saiu do Benfica para ir para o Sporting. Muitos adivinharam o fim do sucesso do Benfica e asseguravam maravilhas para o Sporting. Na realidade, o Benfica foi campeão dois anos consecutivos sem Jesus e o Sporting, em três anos ganhou apenas dois "modestos" troféus.

Recordo-me ainda do momento em que Herman José foi da RTP para a SIC. É na minha modesta opinião, serviu "apenas" para ganhar dinheiro pois os programas perderam qualidade e não sei até que ponto hoje voltaria a ser assim. Tal como me recordo da saída de Manuel Luís Goucha da RTP para a TVI. A TVI ficou a ganhar nas manhãs mas a RTP não acabou.

Tudo isto são mudanças profissionais. Nada mais do que isso. E é algo bastante comum em muitos países. Qualquer trabalhador deve lutar por melhores condições e cada patrão deve gerir essa luta tendo em conta aquilo que o funcionário oferece à empresa. Por isso é que me espanta que tanta gente ofenda a apresentadora porque vai atrás de melhor. É assim a vida. E nós somos muito pequenos quando destilamos ódio por coisas insignificantes para a nossa vida.

De resto, se a opção de Cristina Ferreira é boa? Só o tempo e os resultados é que podem dar resposta a esta questão. Mas, mais uma vez na minha modesta opinião, acredito que Manuel Luís Goucha tem talento de sobra para fazer brilhar a mulher que for escolhida para estar a seu lado sem que o formato perca a fama e notoriedade que tem.

22.8.18

oh shit!

Estava expectante em relação a "25", o próximo filme da saga 007. Principalmente quando soube que Danny Boyle tinha sido escolhido para realizador do filme que ainda terá como protagonista Daniel Craig.

E fiquei contente porque acho que os filmes realizados por Sam Mendes deixam a desejar. Não sendo maus, estão longe de ser os melhores. Um novo realizador até seria bom para Craig que já disse não ter nada de novo para oferecer ao personagem.

Agora, anunciaram que Danny Boyle abandonou o projecto devido a divergências criativas. O que me leva a acreditar que poderá vir aí mais do mesmo. Aceito que existem mínimos para um filme e personagem destes mas são necessárias mudanças.

Vamos ver como será "25" que tem de ser obrigatoriamente um grande filme.

20.8.18

praia = não incomodar

Na hora de escolher uma praia existem dois grandes grupos de pessoas: os que preferem as praias da moda e aqueles que gostam de não ser incomodados quando estão a relaxar. E destes dois grupos, prefiro claramente o segundo.

Por norma vou mais à durante as férias. Não tenho o hábito de aproveitar o final do dia para uns mergulhos é mesmo ao fim-de-semana nem sempre vou. Por isso, quando escolho uma praia, dou primazia a algo que seja o mais oposto possível à confusão dos dias de trabalho.

Dispenso praias com bares que mais parecem discotecas, dispenso praias onde não cabem toalhas sem ser em cima da de alguém, tal como dispenso praias onde todas as pessoas estão aos gritos. Fenómenos comuns a muitas das praias da moda.

Para mim, praia tem de ser sinónimo de descanso. Tem de servir para recarregar baterias, de preferência a ouvir o mar. E não o tema mais recente não sei de quem é os gritos da conversa do grupo ao lado.

E no Alentejo, a Praia dos Aivados ainda consegue ser assim. Os anos passam, o segredo vai deixando de o ser (como é normal) mas a praia mantém o seu lado selvagem que será sempre um dos maiores encantos. Recomendo a visita a quem anda para os lados de Vila Nova de Milfontes.

16.8.18

3 coisas que as pessoas dizem... sem razão

Existem algumas ideias que muitas pessoas defendem, mas que na minha humilde opinião não têm razão de ser. São mais mitos do que verdades absolutas. E 3 desses exemplos são:

1- Não sou capaz de deixar de comer pão;

2 - Sopa sem batata e com courgette não presta;

3 - Nunca irei gostar de correr.

Quanto à primeira, devo dizer que não há pessoa que goste mais de pão do que eu. Mas gostar é uma coisa e passar o dia a comer é outra. Habituei-me (excepto em dias especiais) a comer pão apenas ao pequeno-almoço. E custa muito menos do que qualquer pessoa pensa.

A segunda é um dos maiores mitos de sempre. Sopa com courgette é muito mais saudável e o sabor é quase o mesmo. Esta ideia não passa de um grande mito e uma prova cega comprovava isso na hora.

Por fim, a corrida. Se amo pão, detestava correr. Joguei futebol muitos anos e odiava correr à volta do campo. Porquê? Qual a lógica? Perguntava. Até que arranjei motivação para correr. E se odiava correr, hoje fico triste se não corro. E quem diz que odeia, simplesmente não encontrou companhia ou motivação para o fazer. Porque correr é do mais viciante que existe.

14.8.18

sou mais de pessoas

Sou o tipo de pessoa que faz opções com base em pessoas. Sou capaz de ir a restaurantes, bares e cafés pelas pessoas que lá estão e não pela decoração ou qualidade daquilo que têm. Sou assim, sempre fui e espero continuar a ser.

Valorizo muito mais as pessoas do que outra coisa qualquer. E é por isso que valorizo pessoas como o Rui. Que é professor e PT no ginásio que frequento (Kalorias Seixal). Conheci o Rui no primeiro dia em que fui treinar, pois não tendo feito a avaliação com ele (nem sendo meu PT) fez questão de acompanhar o meu treino.

Mas não é por isto que gosto do Rui. Gosto dele porque é o tipo de pessoa que chega ao ginásio e cumprimenta todas as pessoas. Mas não diz olá em voz alta, cumprimenta uma a uma. Tal como incentiva toda a gente e não apelas aqueles que são seus atletas. A isto junta a forma cativante como dá aulas de grupo.

"Não faz mais do que a sua obrigação", podem dizer. Eu acho que faz! E acho que chegou ao triste ponto em que olhamos para a simpatia como obrigação ou moeda de troca. E não é nada disso.

Os funcionários são o melhor (ou pior) cartão de visita de qualquer empresa e são pessoas como o Rui - cada vez mais raras - que me fazem escolher um sítio para jantar, petiscar, beber um copo ou mesmo treinar.

13.8.18

ethan hunt vs james bond. missão impossível vs james bond

Já tinha dito que alguns filmes "Missão Impossível" conseguem ser melhores do que alguns filmes "James Bond". Algo que é um grande elogio para o primeiro e uma crítica (em jeito de desilusão) para o segundo. Isto porque entendo que um filme James Bond tem de ser muito melhor que um filme Missão Impossível. A história do cinema e dos personagens pede isso. Exige isso!

Mas não tem acontecido. Fui ver o último "Missão Impossível" depois de ter lido críticas bastante positivas. "O melhor filme de acção de todos os tempos" foi algo que li. E realmente o filme é muito bom! Do melhor que vi nos últimos tempos.

Não vou falar muito do filme para não estragar os planos de quem quer ir ver o filme. Mas tem os ingredientes todos, tendo em conta o personagem. Muita acção, com grandes cenas. Muita emoção. E a equipa do costume. Falta apenas (algo que raramente tem) a sedução de James Bond. Até porque Ethan Hunt é diferente do agente secreto britânico.

Nos últimos filmes de James Bond tem faltado muita coisa. Falta acção. Falta sedução. E são quase sempre filmes que têm no início o melhor, sendo depois monótonos. E dou sempre como exemplo "Casino Royale", o melhor de sempre.

Acho que a saga precisa de um novo realizador - finalmente vai acontecer - é um novo agente secreto pois até Daniel Craig diz não ter mais nada de novo para dar ao personagem. O que é certo é que os últimos filmes perdem para este Missão Impossível. E isso não pode acontecer. Quero muito mais do próximo James Bond.

10.8.18

querida, decorei o wc!

Este é apenas um dos muitos fenómenos estranhos que dão que pensar. Sendo que em relação a este caso específico não consigo encontrar mesmo uma explicação minimamente lógica.

E que fenómeno é este? Nada mais do que colar macacos nas paredes das casas-de-banho masculinas. E digo masculinas porque não sei se é algo que também acontece nas casa-de-banho femininas.

Por exemplo, no meu local de trabalho existem à volta de 10 casas-de-banho masculinas. E todas têm macacos colados na parede. Ou na zona do urinol ou nos compartimentos individuais.

Porquê! Não sei! O que leva alguém a colar macacos numa parede? Não sei! Qual o prazer disto? Não sei? Será uma nova espécie de arte? Não sei! Não consigo encontrar nenhuma lógica! 

8.8.18

despedimentos e ansiedade

Portugal volta a deparar-se com um grande incêndio. Recordo-me de estar a sair de um café à 1h20 (de sexta para sábado) em Vila Nova de Milfontes e conseguir ver três focos do incêndio. A imagem, dada a distância, foi assustadora. Felizmente, não há vítimas mortais a lamentar. Infelizmente, são muitos os danos materiais.

À parte do drama em si, aquilo que mais me entristece em tudo isto é o aproveitamento político que se tenta tirar do drama dos portugueses. As pessoas estão a marimbar-se para o que se perdeu. Querem é um político despedido que isso resolve tudo.

Este modo de pensar e este constante aproveitamento diz muito de nós e daquilo que somos. E não deixa de ter piada que alguns dos críticos deixam a desejar, e muito, enquanto profissionais.

Num outro tema (que não deixa de estar associado aos incêndios) destaco a ansiedade. Viver em ansiedade é do pior que existe. Não descansamos em condições, não estamos acordados em condições, não fazemos nada em condições.

Detesto estar ansioso por causa de algo. Por mais que tente afastar a cabeça do que me deixa neste estado, acabo sempre a imaginar todos os cenários e mais alguns, dando muito mais destaque aos piores.

7.8.18

percebes que estás a ficar velho quando...

Tenho 37 anos. Considero que na realidade tenho menos, apesar de uma máquina me ter dado 42 em janeiro (algo que já resolvi) mas existem dados que me levem a acreditar que estou a ficar velho. Na realidade é só um...

Percebes que estás a ficar velho quando:

- Não são os cabelos brancos;

- Não é o facto de trabalhar com jovens de 21 anos;

- Não é o facto de gostar de música dos anos 80;

- Não é por arranjar desculpas para sair de festas e ir para casa (em vez de ser o contrário);

- Não é o facto de não ter paciência para conversas vazias;

- É mesmo o facto de ter uma gaveta cheia de pomadas. Sinal claro de velhice.

6.8.18

o drama/mistério da roupa interior abandonada

Existe a ideia de que uma das relações que os homens têm para a vida é com a roupa interior. Os boxers podem ter 10 buracos que os homens ainda os usam. "Ainda aguentam este Verão", dizem. Repetindo o modo de pensar nas estações que se seguem.

Mas a verdade é que nem todas as relações são para a vida. E os ginásios parecem ser o local ideal para ter aquela conversa com a roupa interior. "Desculpa, não és tu, sou eu", é o que se diz antes de acabar a relação com a roupa interior.

E digo isto porque nos últimos dois ginásios que frequentei é comum encontrar boxers abandonados. Quer seja nos cabides do duche ou no balneário. O que prova que nem todas as relações são para a vida. Apesar da fama que existe.

Será esquecimento? Será propositado? Será a forma mais fácil de colocar um ponto final numa relação que não sequer acabar, mas que é marcada pela pressão exterior para que se termine? Não sei! Mas gostava de pedir um minuto de silêncio por todos os boxers abandonados nos ginásios portugueses.

1.8.18

ser escravo? não contem comigo

Sempre gostei de praticar desporto. E de comer. O que para mim não representa qualquer problema. Excepto na altura em que me desleixei um pouco e cheguei a um peso em que não me sentia confortável. Não escondo que a vertente estética me incomodava mas aquilo que mais me apoquentava era o efeito que poderia ter na saúde. Mesmo não estando exageradamente pesado.

Foi quando decidi ser acompanhado por uma nutricionista (Mariana Abecasis) e foi do dinheiro que melhor gastei. Porque fazia menos refeições do que devia e porque comia mal. Gosto de dizer que passei por uma reeducação alimentar porque aprendi a comer sem cortar com nada. E foi assim que perdi 17 quilos, sem qualquer esforço.

Passados alguns anos tenho algumas oscilações de peso. Nada de extraordinário e nada que não resolva sem esforço, mas com determinação. E um dos meus maiores orgulhos é dizer que não sou escravo de nada. Nem da balança, comida ou ginásio.

Nunca deixei de ir a um jantar de amigos por causa do peso. Tal como ir não me obriga a comer que nem um animal. Nunca deixei de beber vinho ou cerveja com família e amigos. E nunca irei mudar esta postura.

Recuso ser escravo. Recuso pesar comida. Recuso ficar fechado em casa e estar sempre em cima da balança. Até porque defendo que esta escravidão é tudo menos saudável. E o resultado nunca é bom. Os casos que conheço são todos desastrosos. Ser saudável, sim. Mas ser feliz. Isso, acima de tudo.