27.3.18

podia ser a ruth marlene, mas era um homem chato

Falar de Ruth Marlene obriga-me a falar da música "a moda do pisca pisca", tema de que toda a gente se lembra. E num destes dias pensei na cantora, na música e pensei que era capaz de ser a Ruth Marlene que vinha atrás de mim num carro. E até poderia vir a cantar esta música. Só que tinha alterado a letra para "máximos máximos". Dito por outras palavras, atrás de mim vinha um condutor que está constantemente a ligar os máximos.

Era daqueles que vem a um quilómetro de nós e já está a fazer sinal de luzes. E não desiste dessa missão até que o caminho seja só seu. Mas é daquelas pessoas tão chatas que não existe espaço para se a gente se desviar e ele continua a fazer sinais de luzes. E não desiste até que a estrada seja toda sua. Resumindo, é um condutor chato, para não dizer nada pior.

E como dizem que amor com amor se paga, assim que o homem passou por mim, foi a minha vez de de devolver o carinho. Mas devo dizer que não fui atrás do homem. Ele é que seguiu pelo mesmo caminho do que eu e sempre a uma velocidade tão lenta que permitia que fosse a divertir-me com os máximos. Sem que o homem ligasse o que quer que fosse.

Gostava de perceber este comportamento dos condutores. Que praticamente estão sempre a fazer sinais de luzes desde o momento em que ligam o carro até à chegada ao destino. Pode ser trânsito em que quase ninguém se consegue mexer que continuam a fazer sinais de luzes. E sempre sem parar. Santa paciência para gente assim!

mudar a vida de alguém com um simples gesto

Não é novidade para ninguém, mas não deixa de ser uma informação extremamente importante que convém ser recordada todos os anos. Ao preencher a declaração de IRS existe um pequeno gesto que pode fazer toda a diferença na vida de uma associação. Que, por sua vez, poderá fazer toda a diferença na vida de tantas pessoas. Também sei que este ano está presenta na mente de todos os escândalos com algumas associações. Mas não devemos julgar todos da mesma maneira.

E nesse sentido, dou a conhecer o trabalho de O Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS). Trata-se de uma organização internacional católica que tem como missão "acompanhar, servir e defender" todos os refugiados deslocados à força e imigrantes em situação vulnerável. É uma associação que está presente em aproximadamente 60 países e que conta com 1400 colaboradores, muitos deles voluntários. Todos juntos têm sido extremamente importantes para mais de um milhão de refugiados.

A JRS está presente em Portugal desde 1992, prestando apoio a imigrantes e refugiados em áreas tão distintas como a saúde, alojamento, formação e capacitação. No ano passado, a JRS conseguiu emprego para 400 pessoas, tendo acompanhado mais 1302 casos de imigrantes em situação vulnerável. Para que este bom trabalho possa continuar a ser feito, é importante que existam doações. Algo que é possível ao preencher o IRS e doando 0,5% do imposto total líquido. E esta doação não é descontada do valor que a pessoa tem a receber. Algo em que muitas pessoas acreditam de forma errada.

É apenas 0,5% mas pode vir a fazer uma grande diferença na vida de tantas pessoas. E não custa nada. É só colocar o NIF - 504776150 - no sitio indicado. Partilho também o site para quem quiser ficar a conhecer um pouco melhor a associação. E peço que não julguem todos de igual modo. Vamos acreditar que ainda há quem faça o bem. Obrigado.

26.3.18

a parrillada que para aqui vai

Já se começa a dizer que o Seixal está na moda. Existem notícias que dão conta de que é muito mais barato viver na Margem Sul do que em Lisboa. E como sempre vivi na margem sul do Tejo, tenho de dizer que só não sabia disto quem não está atento. E estou a falar em relação à segunda parte. Quanto ao Seixal estar na moda, é um reflexo do desenvolvimento que a zona tem tido.

A zona ribeirinha do Seixal está cada vez mais bonita. E tem ofertas para todos os tipos de famílias. Quer seja para aqueles que procuram programas ao ar livre ou para quem é bom garfo. Para os últimos, o destaque maior vai para a Mundet Factory. Não vou mentir e fingir que não sinto este projecto como meu. E digo isto porque sou amigo de infância do dono e de algumas pessoas que por lá trabalham. Mas não estaria a ser honesto se ignorasse a dimensão do espaço apenas pela amizade que me une ao chef João Macedo.

E prova disso é o encanto que as pessoas sentem assim que entram na Mundet. Porque é como se estivessem a fazer uma viagem temporal. Estão a entrar nos antigos refeitórios daquela que foi a maior exportadora de cortiça a nível mundial. E que conserva bastantes detalhes na decoração. Desde as mesas aos candeeiros, passando pelas letras originais da fábrica e muito mais. Como os olhos também comem, esta parte está resolvida.

Mas nada disto seria muito importante se a comida fosse má. O que não acontece. Sendo que na Mundet qualquer pessoa pode viajar pelo mundo. De Itália à Grécia, de Portugal a Cabo Verde, passando pelos Estados Unidos, Tailândia e muito mais. Já tive a oportunidade de experimentar a nova carta da Mundet e foodgasm é o que me ocorre. Principalmente quando falo do Tataki de Espadarte Rosa ou das Parrilladas. Isto sem esquecer o The Winner Brownie, uma sobremesa para gulosos.

Esquecendo a parte sentimental que me liga ao projecto, fico muito feliz por ver algo assim na minha terra. Por ver um projecto que faz com que venham pessoas de Lisboa de propósito só para o conhecer. E por mais que possa escrever, o maior elogio é mesmo feito pelas pessoas que por lá passam, que voltam e que passado mais de um ano continuam a encher a sala. Fica a sugestão para quem não conhece o espaço e procura algo novo para um almoço ou jantar.









informamos que vamos abrir a caixa...

Ir às compras permite observar (e fazer parte de) uma série de fenómenos. São as pessoas que se colam a nós na fila para pagar. São as pessoas que misturam as suas compras com as nossas. São diversos fenómenos dentro do fenómeno maior que são as compras em si. Um deles, sobre o qual ainda não tinha aqui falado, diz respeito às filas para pagar.

Existem espaços que por norma têm apenas uma caixa aberta. Quando a confusão começa a ser muita, abrem outra. E por aí fora. Hoje, deparei-me com uma confusão que levava a que duas caixas já estivessem a funcionar. Como a confusão ainda era muita, decidiram abrir mais uma caixa. Eis que se ouve: "informamos que iremos abrir a caixa 5". O que é música para os ouvidos de muitas pessoas.

Assim que se ouvem estas palavras e assim que a luz verde da caixa começa a piscar, é ver as pessoas a correr em direcção à caixa que vai abrir. E foi isso que vi hoje. Ainda a frase não tinha acabado e começam as pessoas todas a correr para a caixa que vai abrir. É um sprint para ver quem lá chega primeiro. Ninguém respeita a ordem de ninguém. O que importa é ser o primeiro.

Sei que tinha umas quatro ou sei pessoas à minha frente e dei por mim a ser o primeiro (dos que ainda não estavam perto do tapete) a colocar as compras no tapete rolante da caixa que já estava aberta. Parecia que tinha feito algo errado e todos tinham fugido de perto de mim. Paguei, fui embora e as pessoas que estavam à minha frente ainda estavam na tal caixa que ia abrir.

23.3.18

la casa de papel e o destaque dado à menina Tóquio

Sou apenas um dos muitos fãs da série "La Casa de Papel". Sou também fã de Úrsula Corberó, que dá vida a Tóquio, uma das protagonistas da história. Só não sou daqueles que ficam totalmente rendidos à beleza e sensualidade da actriz. Até porque acho que muitas pessoas estão a desvalorizar Esther Acebo (Mónica Gaztambide), que tem algo de muito interessante. Muito mais do que Úrsula.

21.3.18

ilha da madeira x4

Não me recordo da idade que tinha quando fui à Madeira pela primeira vez. Sei que era adolescente e fui de férias com os meus pais e irmã durante uma semana. As memórias que tenho dessa altura são as melhores. Porque é impossível não amar um local de rara beleza. E daqui fica a memória dos famosos carrinhos da Madeira. Uns anos mais tarde voltei à Madeira. Desta vez na pele de jogador de futebol para jogar contra o Nacional. Num momento especial para os madeirenses e triste para o Amora, onde jogava. Foi na altura em que o Nacional subiu várias divisões de seguida, até chegar à primeira divisão. No ano em que lá fui o Nacional fazia a festa da subida da antiga segunda divisão b para a divisão de honra, enquanto o Amora descia da 2b para a 3ª divisão.

Mesmo assim foi uma das experiências mais fantásticas que vivi. O local do campo, o ambiente louco. A famosa claque "feminina" que faz barulho durante todo o jogo. Foi tudo bom. Menos termos perdido por 5-0 e por ter ouvido o pior discurso de sempre por parte de um treinador. Tirando isso, tudo espectacular. Seguiu-se mais uma viagem, num ambiente diferente. Enquanto jornalista fui convidado para conhecer a Festa da Flor. Mais uma experiência de rara beleza. O ambiente nas ruas, a festa em si, o hotel onde ficámos. Os momentos com Alberto João Jardim e Miguel Albuquerque. Os jantares e a poncha. Tudo perfeito.

Agora, voltei novamente. Num ambiente familiar e numa idade diferente. Que deu para comprovar que a ilha mantém-se linda como sempre. Não é por acaso que é um destino de excelência para os estrangeiros. E também o deveria ser para os portugueses. Que num fim-de-semana grande (sexta de manhã a domingo ao final do dia) conseguem conhecer os principais encantos da ilha. Já são quatro vezes e espero que venham muitas mais. E fica a dica para quem procura um sítio para visitar e ainda não escolheu o destino.

O clima é bom, a comida é fantástica, a beleza é digna dos mais belos postais do mundo. É possível fazer lindos passeios, aproveitar piscinas naturais, desfrutar de boa comida, beber poncha, devorar lapas e lidar com pessoas de uma simpatia que cativa tanto como a beleza. E orgulhosamente estou a falar de Portugal e não de uma cidade que conheci noutro país.

20.3.18

sabor agridoce das viagens

Viajar é do melhor que podemos fazer. É das poucas coisas em que podemos gastar dinheiro acabando por ficar mais ricos. Sempre que faço viagens, seja por cá ou para fora, fico sempre com um sabor agridoce perante o mesmo cenário. E que é bastante comum. E estou a fazer referência aos velhotes estrangeiros que aproveitam a reforma para viajar pelo mundo. E fico feliz por perceber que é algo que podem fazer.

Por outro lado, fico triste. Ao perceber que é uma realidade pouco comum aos portugueses. Que passam a vida a trabalhar para com pouco ou nada ficar. E não é preciso estar sempre a gastar dinheiro para que isto aconteça. Infelizmente, é a nossa realidade. Que me deixa com algum receio do futuro. Pois prevejo que venha a ser cada vez pior. E ter direito a uma velhice de qualidade não deveria ser um "luxo" mas algo ao alcance de todos. Por tudo aquilo que fizeram durante muitos anos.

19.3.18

feliz dia do (meu) pai

Tenho várias memórias do meu pai. Presentes e passadas ao longo dos meus 36 anos. Recordo-me de muitos dias em que praticamente não o via. Quando acordava já tinha saído para trabalhar. Quando me ia deitar ainda não tinha chegado do trabalho. Sentia apenas os seus beijos o que acabava por me confortar a alma. Nunca senti a sua ausência física porque sempre foi um pai muito presente. E com ele (bem como com a minha mãe) aprendi que devo dar sempre tudo de mim num trabalho. Seja ele qual for.

Relembro também aquela memória clássica que um filho tem do pai. E refiro-me ao momento em que aprendi a andar de bicicleta. Recordo as duas rodinhas, uma e o instante em que a mão deixa o selim, deixando a bicicleta sem rodinhas totalmente entregue aquilo que me vinha a ensinar. Recordo-me também de muitas noites que tive de passar no hospital e na santa paciência que tinha(m) para mim num cenário pouco simpático. E a esta memória posso juntar muitas outras.

Como o apoio constante dado enquanto fui jogador de futebol. Fosse em casa ou fora, os meus pais eram presença assídua nos campos onde joguei. E não me sentia bem enquanto não os encontrasse do lado de fora do campo. Quando jogava em casa sabia onde os procurar. Quando o jogo era fora, só me sentia preparado para jogar quando os encontrava. E talvez nunca tenham sabido a importância que isso tinha para mim. Tal como ainda tem em tudo aquilo que faço, sempre na esperança de estar à altura daquilo que vejo no meu pai e também na minha mãe.

Em relação ao futebol, guardo ainda outra memória que nunca esquecerei. Jogava no Paio Pires Futebol Clube quando tive o privilégio (e responsabilidade) de ser escolhido para marcar uma grande penalidade. Devia ter os meus doze anos e era o primeiro ano em que jogava futebol federado. Não me recordo do adversário nem do resultado final. Sei apenas que fui escolhido. Sei também que escolhi o meu lado esquerdo para bater o lance. Algo que o guarda-redes adivinhou, acabando por defender a bola. No final do jogo estava triste, algo que o meu pai facilmente percebeu. Perguntou-me o que tinha e respondi que estava triste por ter falhado a grande penalidade. "Não falhaste. O guarda-redes é que defendeu", disse-me. Na realidade é a mesma coisa. Mas aquilo soube-me tão bem como se tivesse marcado um golo.

E com aquilo que contei nos últimos três parágrafos aprendi a forma de encarar a vida, a forma como me devo comportar e a importância que a família tem nas nossas vidas. Dizer que tenho o melhor pai do mundo não é um cliché. É uma realidade facilmente comprovada por aqueles que conhecem o Anhuca a quem tenho o orgulho de chamar pai. Se um dia for metade do que é, já terei feito muita coisa bem. Quero desejar um Feliz Dia do Pai a todos os pais e peço desculpa pelo egoísmo de destacar o meu, o melhor de TODOS. Amo-te Muito PAI!

10.3.18

isto hoje seria tão criticado

"Beverly Hills Cop II" está longe de ser o melhor filme de todos os tempos. O que não significa que seja um mau filme. Até porque conseguiu nomeações para os Óscares, Globos de Ouro. É um daqueles filmes que conseguem misturar na perfeição acção com comédia. E nisso, Eddie Murphy é um dos melhores. O filme é de 1987 e sucede ao primeiro, lançado em 1984. Que também conseguiu estar nomeado para Óscares, Globos de Ouro e ainda juntou uma nomeação para os BAFTA.

A sequela conta com a vistosa Brigitte Nielsen, no pape de Karla Fry. Que do alto do seu 1,83 metros de altura protagoniza uma cena bastante divertida. Falo do momento em que Eddie Murphy percorre as longas pernas de Brigitte Nielsen com o olhar. Sendo que o plano mostra a atriz numa posição "provocadora" enquanto dispara. "Quanto tempo demoras a depilar as pernas?", pergunta. Acrescentado que está a oferecer os seus serviços depois de a actriz referir que deve estar a tentar ser charmoso.

Esta piada aconteceu num filme de 1987. Sem qualquer reacção negativa. Ou censura. Ou algo semelhante que pudesse dar a entender que existia algma falta de respeito para com as mulheres. Mais de 30 anos depois, acredito que não seria bem assim. Acredito que este momento seria severamente criticado. Porque vivemos tempos em que tudo é criticado e tudo é colocado no mesmo saco. O que pode fazer com que se percam momentos como este. Para quem não sabe do que falo, partilho a cena. Quem ainda não viu os filmes, está a perder dois bons momentos.


5.3.18

as pessoas estão formatadas para falar mal

"Então, que filme ganhou o Óscar?"

"A Forma da Água"

"Bela merda de filme!"

Podemos substituir a pergunta pela música que ganhou o festival da canção. Ou por outra coisa qualquer. Podemos também trocar a resposta. Por outra qualquer. Só não podemos trocar a reacção final. Porque é tudo uma merda!

Cada vez mais as pessoas estão formatadas para falar mal de tudo e de todos. Principalmente quando estamos a falar de algo ou de alguém que se destaca. Não somos capazes de dizer que é prémio justo. Ou que não temos conhecimento de causa para analisar tudo.

No caso dos Óscares, existem pessoas quem nem sequer viram os filmes todos a concurso. Mas têm a certeza absoluta de que aquele que ganhou é uma merda. O que não deixa de ser curioso.