25.7.17

os ciganos de loures

A política faz parte daquele grupo de temas que são uma espécie de bomba relógio. Tudo aquilo que se diga pode rebentar a qualquer hora, em qualquer mão. Especialmente quando não se segue a etiqueta do politicamente correcto. Acontece isto com a política e com outros temas como é o caso de dar uma opinião sobre algo relacionado com bebés. E foi isso que aconteceu com André Ventura, candidato à Câmara Municipal de Loures que, em entrevista ao jornal i, defendeu que existem pessoas [ciganos ] que "vivem quase exclusivamente de subsídios do Estado".

No mundo do politicamente correcto, dizer algo como isto é impensável. Porque não fica bem. Porque não é bonito. E porque ninguém gosta de estar associado a este modo de pensar numa altura em que as eleições se aproximam a passos largos. Mesmo que concordem com cada uma das palavras ditas por André Ventura. E tenho a certeza de que muitos daqueles que o criticam publicamente, apoiam cada uma das suas palavras de forma secreta.

O grande erro de declarações destas passa pela generalização. Porque nem todos os ciganos vivem de subsídios. E as pessoas que vivem destes "esquemas" não são exclusivamente deste etnia. É um problema a uma escala muito maior. E quando se generaliza tudo corre mal. Especialmente em alturas como esta em que os adversários políticos tentam imediatamente encontrar uma vantagem no erro de alguém. "Votem em nós que somos amigos dos ciganos", é a mensagem que se tenta passar. A sociedade é feita de generalizações. E este é apenas mais um mau exemplo disso mesmo. E as generalizações fazem com que a mensagem se perca. Seja ela qual for.

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