9.11.16

vamos fingir que isto não aconteceu, certo?

Graças a Donald Trump quase ninguém se recorda de Pedro Dias. Quem? O homem que alegadamente matou duas pessoas e que andou fugido das autoridades desde 11 de Outubro. Quase ninguém fala do facto deste homem ter decidido entregar-se em Arouca, naquela que é a sua terra. Algo que passa uma imagem muito má das autoridades portuguesas.

O suspeito diz que tudo não passou de um mal entendido. Diz-se inocente. E que não matou ninguém, que não sequestrou ninguém e que não roubou ninguém. Refere ainda que só se entregou agora porque só neste momento é que se sentiu seguro. Tinha medo de ser morto pelas autoridades. Resta saber se é apenas a sua versão ou a verdade.

Nada do que escrevi anteriormente está em causa. Não sei se é culpado ou inocente. Nem sei se teve ajuda – diz que não contactou a família – ou não. Aquilo que sei é que andou sempre perto da sua zona de residência. E isto passa uma imagem muito má da forma como foi elaborada a “caça ao homem”. Ficam muitas questões por esclarecer.

Tal como o momento escolhido por Pedro Dias também coloca questões. Porquê agora? E digo isto porque nos primeiros dias o terreno estava lotado pela Comunicação Social. Cenário que ajudava a uma entrega em segurança pois os polícias nunca seriam capazes de o alvejar com tantas câmaras de televisão. E essa é uma das questões. Tal como não explica o que aconteceu. Diz apenas que foi abordado, por dois agentes da autoridade, quando dormia no carro às 3h30 da manhã. Não explica o que aconteceu depois.

Segue esta “telenovela” que até ao momento deixa muitas questões no ar e dá uma má imagem às autoridades nacionais que perderam claramente neste jogo do gato e do rato. É esperar pelos próximos capítulos.

8 comentários:

  1. Posso estar errada mas entregar-se no dia das eleições presidenciais não foi coincidência e foi uma ótima jogada, assim não há tanto espaço para especulações e cobertura ao caso.

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  2. Eu continuo a preferir acreditar nas forças policiais.
    Não acredito mesmo que ele tenha estado sozinho, sem ajuda de amigos e familiares, e ainda por cima perto.
    Quase de certeza que precisou de se alimentar, de fazer higiene e de roupa lavada.
    Assusta-me que a coisas se estejam a inverter junto da opinião pública, ao ponto dos criminosos serem as entidades policiais quem mata e foge ser o perseguido e o coitadinho.

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    1. Eu não acredito nele. Há muitas coisas que não batem certo.

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  3. Os próximos capítulos serão a ovação e o pagamento de uma indemnização.
    até rimou :-)))

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  4. Muitas questões se levantam, mesmo.
    O timing foi fantástico, passou pelos pingos da chuva Trump. Escolheu a RTP, a televisão pública. Primeiro deu uma entrevista e depois é que ligam à PJ para se entregar.
    E no fim disto tudo, aparece forte e saudável para um fugitivo que diz que ninguém o ajudou. E que é inocente, sem explicar o que realmente aconteceu naquela noite.
    Um história muito estranha e mal contada.

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