31.10.16

preciso de amigos e de sinceridade

Uma coisa que muito valorizo nos poucos amigos (não confundir com conhecidos, vulgarmente conhecidos como amigos do peito) que tenho é a sinceridade. Nunca abordo um tema, mais ou menos sensível, com um amigo na esperança de que me minta apenas para que me sinta bem. Não valorizo isso. Não gosto disso. Não é para mim.

Aquilo que espero ouvir é sinceridade. Mesmo que seja a última coisa que saiba bem ouvir. Não espero que me minta apenas para me animar quando na verdade aquela mentira não tem outra utilidade que não seja iludir-me. As verdade são para ser ditas. Em especial por aqueles que nos são mais próximos. As famosas “mentiras sem maldade” ficam para os conhecidos ou para raros casos especiais.

A sinceridade é uma das coisas que diferencia um amigo de um conhecido. O amigo é sincero, mesmo sabendo que a pessoa não vai gostar das palavras. Até porque essa sinceridade é quase sempre valorizada no futuro. Em especial por quem não gostou de ouvir determinadas palavras num determinado momento. Tal como a mentira que ilude serve apenas para que o impacto com a realidade seja ainda mais duro no futuro. E nessa altura, os tais amigos que mentiram vão ficar calados porque em determinado momento optaram pela mentira.

As pessoas precisam de amigos. E de sinceridade. E ambas as coisas são cada vez mais raras. Amizade é um termo cada vez mais distante do verdadeiro da realidade. E a sinceridade é um bem precioso tão caro que ninguém o compra. E por isso é que os amigos dão lugar aos conhecidos e a sinceridade é trocada por um chorrilho de mentiras sem maldade.

6 comentários:

  1. Pensamos o mesmo ;-)
    Algo que abomino em qualquer relacionamento é a mentira... Gosto da verdade, ainda que doa, mas certamente depois passa!

    Abraços =)

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  2. Concordo 100%. Toda a gente precisa de amigos.
    Infelizmente eu sou das pessoas que não sabe fazer amigos.
    Foi aos 40, quando fiquei doente que me apercebi que não tenho amigos.
    Claro que não culpo ninguém, porque é claro que o problema é meu e não dos outros.
    Mas é uma coisa que me deixa a pensar.....

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    1. Nesses momentos sabemos quem realmente é nosso amigo ou não!

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  3. Olá :)
    Realmente só quando se gosta de alguém é que existe disponibilidade para a sinceridade. As "mentiras brancas" também têm lugar, a meu ver, nas grandes e verdadeiras relações de amor e amizade, por exemplo, quando alguém que gostas te cozinha uma péssima refeição, e por carinho, vais comer sem reclamar e com um sorriso nos lábios.
    Há que ensinar o que é a sinceridade e o seu valor. Que esta não é a crítica fácil e destrutiva, o bota abaixo, nem o lisonjeio fácil e sem conteúdo por dá cá aquela palha. Sobretudo é preciso ensinar para que mais apreciem o esforço que implica ser sincero, a chatice, o desconforto de abordar temas difíceis de formas não mais fáceis, só porque nos importamos. Porque se não nos importássemos era deixar andar, acenar que sim, que é mil vezes mais fácil.

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    1. Para mim as mentiras brancas não vão muito além de dizer que uma criança é gira quando se acha que é feia. Não acrescenta nada a sinceridade.

      No caso que referes, prefiro ser sincero. Isto não significa desvalorizar o resto mas dizer a verdade em relação à comida. Não no sentido de falar mal mas dizendo como é que pode fazer melhor. Mas dando maior destaque à companhia e ao facto de ter dedicado tempo a fazer determinado prato.

      Entre amigos acho que a sinceridade deve ter poucas barreiras. Ser amigo é isso mesmo.

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