15.3.16

agora é tudo igual

Não meu tempo não era assim. Ou, caso fosse, talvez não reparasse nisso. Mas creio que na minha adolescência não acontecia isto. E o que é isto? Cada vez que passo junto a uma escola preparatória ou secundária, algo que por exemplo acontece diariamente nestes dias em que não tenho estado a trabalhar, apercebo-me de que os adolescentes são todos iguais. Isto no sentido em que todos (a esmagadora maioria) vestem as mesmas roupas, com as mesmas cores e recorrem aos mesmos penteados. E esta igualdade, de indumentária, é comum tanto nos rapazes como nas raparigas.

Quando digo que no meu tempo não era assim é porque me recordo de que no meu grupo de amigos ninguém andava vestido igual a ninguém. Nem os rapazes nem as raparigas. Aliás, os estilos conseguiam ser bastante diferentes. Tal como os interesses dos adolescentes de agora. Naquela altura interessava era que alguém tivesse uma bola para se aproveitar os intervalos, sobretudo o mais longo. Quando não era a bola era um baralho de Uno para jogar na associação de estudantes. Além disto eram as conversas, as brincadeiras e o constante desafio para jogar contra os professores uma vez por semana.

E no meio disto tudo não cabiam os penteados iguais, as roupas iguais e o que quer que fosse. Algo que só acontecia por mero acaso e que gerava tantas piadas que ninguém tinha vontade de aparecer na escola com roupa igual à do amigo. Agora, parece que todos vão às compras no mesmo sítio. Quase que até parece que é uma espécie de farda das escolas públicas.

14 comentários:

  1. Engraçado. Já muitas vezes reparei nisso e até já temos comentado entre colegas. É que eu frequento a UTIB, a Universidade Sénior do Barreiro, que contrariamente a outras no país não tem espaço próprio, funcionando nas diversas escolas secundárias do conselho.
    Um abraço

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    1. Isso é uma chatice. Nunca têm local fixo?

      Abraço

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    2. Não. O presidente da Câmara diz que só assim pode ser gratuita, e que além disso é uma maneira de fomentar a convivência com duas gerações que poderão ser uma espécie de avós e netos. E verdade seja dita que temos sido sempre tratados com respeito pelos mais novos com quem nos cruzamos diariamente.
      Abraço

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    3. Só é pena não ser num local fixo. Mas ainda bem que tudo tem corrido bem e que a mistura de gerações tem sido boa.

      Abraço

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  2. Não meu tempo também não era assim. Até porque não havia a oferta que existe hoje (Zara? Bershka? Primark???) e algumas colegas tinham mães com mãos para a costura. Eu vestia roupa um pouco diferente porque comprava em Espanha (um luxo na época!). Os únicos que vestiam mais ou menos igual eram os 'heavy'... :-)

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    1. Acredito que também passe por aí, pela oferta que existe agora. Isso dos "heavy" faz-me recordar um rapaz para quem toda a gente olhava na escola porque tinha a roupa cheia de alfinetes. E havia outro que forrava os cadernos com as páginas do obituários.

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  3. Olá!
    Engraçado que ainda há poucos dias tive esta discussão com amigos. Tenho 30 anos e quando andava no secundário, haviam grupos de vários estilos: os betos, os freaks, os skaters, os metaleiros, os clássicos, etc. Acho que apesar de estramos a falar de roupas, nessa altura estás a definir uma personalidade, muitas vezes as tuas escolhas de roupa trazem influências musicais e penso que isso era positivo. Não sentia que havia exclusão de um grupo para outro...muito pelo contrário, havia aceitação dessa diferença e isso criava respeito pelo próximo.
    Hoje em dia, quando vejo grupo de adolescentes fico triste, porque são clones. O mesmo estilo, roupas iguais, penteados iguais, pormenores iguais, telemóveis iguais e o interesse comum passa por colocar fotos iguais nas redes sociais.
    Enfim...é o que temos :P

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    1. É isso mesmo. Clones. É a imagem com que se fica. E tens razão quando dizes que as roupas reflectem a nossa personalidade.

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  4. Hoje dá-se mais importância às "embalagens" em detrimento do "conteúdo". Quer parecer-me que as novas gerações estão a ficar um pouco ocas. Digo eu.

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    1. Também noto nessa importância da embalagem.

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    2. Sim, porque julgar uma geração inteira pela roupa que usa não é nada oco e superficial.

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    3. Não se julga tudo. Apenas o aspecto visual que é semelhante.

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  5. Eu vou muito a um sítio que fica em frente a uma escola secundária e tenho um irmão no ciclo e repara muito nisso, principalmente nas secundárias os miúdos e miúdas são todos iguais, não há um toque de originalidade em lado nenhum. Acho uma grande diferença de quando andava no secundário e os meus "bons velhos tempos" só acabaram há 5 anos

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    1. Agora vestem-se todos de forma igual. Os meus bons velhos tempos já têm mais um aninhos do que os teus ;)

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