1.2.16

juntos para sempre (mas com excepções)

“Eu (…) recebo-te por minha/meu esposa(o), a ti (…), e prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida”. São mais ou menos estas palavras que os noivos trocam no momento que passam a ser marido e mulher. Palavras que uns levam mais a sério do que outros. Palavras de circunstância para uns. Algo com muito sentimento para outros.

Não vou ser ingénuo ao ponto de acreditar que todos os homens e que todas as mulheres cumprem estes votos em todos os dias das suas vidas. Para dar apenas um exemplo, o amor pode nunca faltar mas pode, em determinado momento, faltar o respeito. Que pode ser constante ou que pode faltar apenas num momento esporádico motivado por um mau dia que acaba por originar uma pequena falta de respeito. Mas existem outros momentos que são mais complicados de digerir.

E estou a referir-me à parte do juntos na doença. E dou como exemplo as doenças oncológicas. Fiquei a saber que é raro o homem que passa por uma caminhada destas, leia-se batalha para vencer um cancro, sozinho. A mulher está sempre lá. Está sempre ao lado do homem para o apoiar. Resumindo, é raro o homem que é abandonado pela mulher quando tem pela frente uma luta complicada, talvez a mais complicada da sua vida. E este abandonado vai do ser mesmo abandonado até ao abandono que passa pela total ausência de companhia/apoio durante as diferentes etapas da luta.

Algo que não se aplica às mulheres. Quando são elas que estão doentes, e mais uma vez refiro-me a doenças oncológicas, são muitos os casos em que têm de percorrer aquele caminho sozinhas. Talvez seja uma realidade que não seja perceptível a muitas pessoas (e felizmente Portugal nem é dos piores países onde existe esta triste realidade) mas muitas mulheres são abandonadas no momento de enfrentar a luta contra o cancro. Por exemplo, existem homens que deixam as mulheres no hospital e só lá voltam quando têm alta para ir para casa. Não existe apoio, não existe companhia, não existe nada. Para muitas mulheres, lutar contra o cancro é um processo solitário. Ao contrário da maioria deles que contam com o apoio da mulher em todos os momentos.

10 comentários:

  1. Desconhecia por completo. Há cinco anos, durante os 38 dias que acompanhei meu marido à radioterapia, nunca vi ninguém sozinho. Verdade seja dita, que durante esse tempo e às horas em que lá estávamos, só havia duas senhoras com cancro da mama, Tudo o resto eram cavalheiros, um com cancro nos intestinos e todos os outros com cancro na próstata.
    Não sei se na quimioterapia é diferente.
    Abraço e uma boa semana

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    1. Eu também não estava a par desta realidade. Mas infelizmente é mesmo assim. E fora de Portugal consegue ser muito pior.

      Abraço e boa semana.

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  2. Conheço infelizmente casos concretos de maridos que abandonaram as esposas na doença. Não consigo encontrar uma explicação. No meu caso (que não é oncológico) acompanho o meu marido há 20 anos e repetimos há pouco tempo essas palavras um ao outro na presença das nossas filhas, apenas para recordar e reforçar que o caminho é para fazermos juntos.

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    1. Infelizmente é uma triste realidade. Espero que as coisas estejam melhores por aí e vocês fazem parte das boas excepções :)

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  3. Eu,que estou doente há mais de 5 anos,posso dizer que tenho um marido que é muito mais que meu marido...é meu amigo,é meu saco de pancada,é meu ombro pra chorar,´não imagino a minha vida sem ele.Quando eu soube que estava doente,tinha quase 29 anos,respirava saúde e afinal estava numa fase muito avançada da doença que tem consumido os melhores anos da minha vida.E ele,quase de repente,envelheceu 10 anos,o cabelo começou a ficar todo branco,tal não foi o cagaço que apanhámos!!!!!Graças a Deus,tem corrido tudo bem,tenho conseguido ultrapassar tudo mas sem ele,acho que teria sido ainda mais difícil do que tem sido.E a todas os homens que abandonam as mulheres nesta fase horrorosa da nossa vida,só tenho a dizer que são uns reais filhos de uma p......a.

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    1. Eu gostava de acreditar que sempre é assim. Mas foi-me dito que é uma excepção pois muitas mulheres passam por essa luta sozinhas. E isso prova que a pessoa não é certa para estar ao lado de outra.

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    2. quero acreditar que existem homens como o meu marido,mas também conheço um caso em que ele se pirou quando ela ficou doente.Grandes homens,esses que abandonam uma mulher quando ela mais precisa.São fracos,são cobardolas,é que eu acho.E noto pelo seu discurso,e ainda pra mais porque conviveu com o cancro de perto,que lhe revolve as entranhas.Ainda bem,malta de 81 é malta de c....ões!!!!!

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    3. Pelo que fiquei a saber são mesmo muitos os casos em que as mulheres são abandonadas, sendo que este abandono pode significar "apenas" serem deixadas sozinhas durante contra a luta da doença.

      Sim, este tipo de coisas revoltam-me. São pessoas de merda!

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  4. o meu comentário de ontem não entrou....

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