23.10.15

confuso? nada disso! é a política em portugal

A coligação Portugal à Frente (composta pelo PSD e CDS-PP) ganhou as últimas eleições legislativas mas perdeu a maioria absoluta que detinha. Este facto deu início a negociações com o Partido Socialista, o grande derrotado do acto eleitoral, de modo a formar Governo. Reuniões vazias de conteúdo mas cheias de críticas, de parte a parte. De um lado está António Costa que acusa Pedro Passos Coelho de esconder informações de relevo dos portugueses. Do outro lado, Pedro Passos Coelho ameaça acabar com as negociações. Por sua vez, Paulo Portas acusa António Costa de ser um político à procura da sua sobrevivência.

A par disto existem, e supostamente a bom ritmo, negociações entre o PS, Bloco de Esquerda e CDU para formar um Governo "estável" à esquerda. Além disto, o Presidente da República reúne-se com os diferentes partidos. Será que vai indigitar Pedro Passos Coelho a formar Governo. Ou será António Costa o escolhido? Sem surpresas a escolha recai em Pedro Passos Coelho, sem que aproveite o seu discurso para atacar a esquerda. E nesta altura o actual momento da política portuguesa parece uma receita com dezenas de ingredientes.

Tudo isto tem originado os mais diversos comentários. Um deles é o de que quem ganhou deve governar, uma das regras da democracia, dizem. O que faz sentido. Se existir um Governo composto por uma coligação à esquerda estaremos a ser governados por uma escolha que não foi dos portugueses nas urnas, referem outros. O que também faz sentido, porque basta olhar para os números. Mas também existe o outro lado da moeda. Caso existam muitas cedências da parte da coligação Portugal à Frente para formar Governo, não será que os portugueses também vão ser governados por uma coligação diferente daquela que elegeram? É o que também se pergunta.

E se antes deste último parágrafo já parecia uma receita com dezenas de ingredientes agora parece uma daquelas receitas que o afamado chef Gordon Ramsey pede aos concorrentes de Hell´s Kitchen para elaborar e que estão sempre a voltar para trás acompanhadas dos sonoros gritos do chef. Confuso? Nada disso! É a política em Portugal. Resta aguardar dez dias, o tempo que a comida necessita de estar no forno. Até lá é esperar que o forno apite para que se retire a comida na esperança de que esteja boa para servir e comer. Os milhões de portugueses agradecem.

4 comentários:

  1. Este teu último parágrafo está. sem dúvida, muito bem elaborado.
    Bom fim de semana.

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  2. :)
    Eu espero que seja mesmo só os 10 dias... porque se se arrastar mais um bocadinho ainda acabamos cerca de 1 ano com um governo de gestão...

    Vamos ver mo que dá...

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