15.9.15

pessoas do je suis charlie, podem chegar aqui sff?

Num passado não muito distante criou-se uma onda de indignação após o bárbaro atentado terrorista à sede do jornal satírico francês Charlie Hebdo que roubou a vida a doze pessoas. Na altura surgiu a hashtag #jesuischarlie com quase todas as pessoas a defenderem a liberdade de expressão. Defendendo também que o humor não tem limites. Provavelmente já ninguém se recorda do jornal mas partilho aqui uma capa muito recente.


“Bem-vindos migrantes!”, é o título. Depois destaca-se uma caricatura de Aylan Kurdi, o menino sírio de três anos cuja foto morto correu mundo. “Tão perto do objectivo”, lê-se perto da imagem. Existe ainda um cartaz alusivo ao McDonald´s com a mensagem: “Promoção! Dois menus infantis pelo preço de um”. Esta capa está a colocar a publicação novamente nas bocas do mundo.

Já se iniciou um debate. De um lado estão os que acusam o jornal de racismo e de gozar com os curdos. Por outro lado, há quem defenda que se trata de uma alusão à forma como a Europa está a lidar com a situação dos refugiados. Existe ainda a teoria de que se trata de uma capa falsa.

Caso a capa seja mesmo real, levantam-se diversas questões. A maior delas: somos ou não charlie? E defendemos sempre a liberdade de expressão ou apenas quando nos dá jeito por algum motivo ou associação?

20 comentários:

  1. Eu acho que isto é uma crítica à forma como a Europa lida com o drama dos migrantes.
    Mas, supondo que não seja, apesar de não gostar, defendo que têm o direito de publicar. Quem não gosta, não compra. É assim que se mostra indignação.

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    1. Acho que a capa pode ser lida de diversas maneiras e essa é uma delas. Acho que são fiéis à forma como lidam com os assuntos. Não se pode aceitar as "críticas" ao profeta e achar que aqui foram longe demais.

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  2. Para mim é a forma como a Europa está a lidar com a situação dos refugiados, mas é a forma como interpreto

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  3. Julgo que a capa é um homem num sofá vermelho com um refugiado a fazer de "mesa"

    http://charliehebdo.fr/

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    1. Eu também vi essa capa mas esta está a ser notícia um pouco por todo o mundo.

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  4. Pipocante Irrelevante Delirante15 de setembro de 2015 às 16:31

    Gozar com quem?
    Se há gozação/crítica, é à Europa.

    Só que tantos europeus como árabes parecem ser demasiado burros (se calhar propositadamente) para o perceber.

    (isto não quer dizer que os cartoons tenham graça... que não têm. Mas isso é uma questão de gosto. Não chorei por ver o miúdo na areia, mas também não consigo fazer humor com isso.)

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    1. Acho que é uma linha editorial e nesse sentido eles são fiéis ao que fazem. Depois, há quem goste e que deteste. Mas é possível olhar para a capa e retirar diversas leituras da mesma.

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  5. O direito à liberdade de expressão é inquestionável, o que não me impede de dizer que me parece uma capa que não me agrada minimamente.

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  6. A ser verdade, a capa está um bocado mórbida...
    Sim, têm direito de a publicar... independentemente de qual a mensagem que tentam passar...
    Quem não gostar, não compra...

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  7. Se for verdade, acho esta capa uma vergonha, uma clara forma de publicidade gratuita...Eu se fosse o Burger King ou KFC tambem iria ficar profundamente chateado!!!

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  8. Eu acho muito bonita a liberdade de expressão mas não concordo que tudo possa ou deva ser publicado. Bom senso é o que falta por aì fora. Eu não fui nem sou Charlie. Se eu,cidadã não posso sair por aí a insultar quem me apetece (ou melhor,posso mas posso ir presa por insultos e difamação) porque raio os jornais ou este tipo de pasquim o pode fazer? "Só porque pode" .... pois, mas nao devia poder. Passou-se muito depressa do não posso dizer nada para o tenho direito a dizer tudo.

    Qt a esta capa, verdadeira ou não continua a ser de mau gosto e mostra a leviandade de como se trata a morte de uma criança. Merecia mais respeito.
    Gostariam se fosse o vosso filho?
    Mata Hari

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    1. Colocas diversas questões e todas são válidas. E acredita que os jornais e revistas lidam com mais processos judiciais do que as pessoas imaginam. E esse é o preço a pagar de uma linha editorial mais arriscada.

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  9. Há quem defenda que hoje em dia há a solidariedade do momento, isto porque as pessoas só apoiam A ou B no momento em que toda a gente o faz, depois esquecem-se, e neste caso acho que é isso que acontece.

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