21.9.15

o segredo do sucesso dos cargos de relevo

Cada vez mais me convenço que existe apenas um detalhe que separa um bom chefe, um bom líder de um chefe razoável ou de um líder que poucos desejam seguir. E o segredo é apenas a gestão de recursos humanos. Ou seja, a forma como essa pessoa lida com as pessoas com quem trabalha, com a sua equipa. A gestão que faz das mesmas nos bons e maus momentos, nos momentos mais leves e naqueles de maior aperto.

É isto que separa um líder incontestado dos outros. Este é o grande factor diferencial. E isto aplica-se a um treinador de futebol, a um chefe de equipa de uma qualquer empresa como a todos os chefes que lidam directamente com pessoas. E aqui estou a partir da ideia de que todos têm as bases teóricas necessárias para ocuparem os respectivos cargos. Por exemplo um treinador de futebol. Quase todos frequentam os mesmos cursos e quase todos funcionam com a mesma metodologia de treino. Mas nem todos são admirados e respeitados pelos jogadores que treinam. As bases são as mesmas mas uns são adorados e outros são detestados pelos jogadores.

E isto aplica-se a praticamente todas as carreiras. O sucesso da equipa e o apoio dos membros que a compõem está directamente ligado à forma como o chefe gere os recursos humanos de que dispõe. A forma como lida com todos. Em circunstâncias iguais. Se os consegue manter unidos ou se só está preocupado com dois ou três, ignorando os restantes. Ou, se por outro lado, acredita que o seu sucesso dependerá da fragmentação da equipa que lidera.

Acredito que actualmente saber gerir um grupo de personalidades diferentes, quer seja a trabalhar ou não, é o maior desafio de um chefe que ambiciona ser um líder respeitado, seguido e que conta com o apoio da sua equipa. Por outro lado tenho a ideia de que muitos chefes ainda não perceberam isto. Ou, se perceberam, desvalorizam a questão e entendem que tudo se resolve com um “porque eu mando”, por uma conversa com um tom de voz mais elevado ou por ameaças mais ou menos escondidas.

As imposições forçadas, os gritos e as ameaças conseguem os mínimos olímpicos da equipa. Fazem com que a equipa consiga estar no evento mas dificilmente chegam para que se conquiste uma das tão desejadas medalhas de ouro. Para isso é necessário um líder. Um bom líder. E para isso é necessário estar apto a lidar com pessoas de personalidades diferentes. Algo que muitos chefes ignoram.

6 comentários:

  1. Concordo com o que escreves.
    Mas gostaria de perguntar: será que um líder adorado, um líder que saiba levar a equipa, que saiba como se comportar com todos, de igual forma, seja em que situação for, é passível de ser adorado por TODA a equipa? Um bom líder não tem nem um "inimigo" ou alguém que o deteste? E isso faz dele o quê? Um líder exemplar porque todos gostam dele e é capaz de levar a equipa aos olímpicos (mesmo que deixe um elemento para trás) ou faz dele só um líder medíocre?

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    1. Poderá ter um ou mais "inimigos" mas que são casos isolados e que não corrompem a equipa. São pessoas que acabam por estar sozinhas contra o mundo. E é mais fácil lidar com isto do que com vários grupos de pessoas que "odeiam" o líder ou que não lhe reconhecem valor.

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  2. O poder corrói. Por isso muitos dizem "se eu mandasse fazia antes desta maneira". Mas poucos são os que lá chegam e não se deixam seduzir por essa frase mitíca "pq eu mando".
    Na minha opnião,é preciso vários factores para se ser um bom líder.
    Valorizar todos os elementos e saber o que cada um pode dar à equipa, estimular e apreciar o trabalho, saber gerir personalidades diferentes,etc. Mas também o outro lado. O saber impor regras e limites. E respeito. E que todos percebam que se trabalha para a equipa e não só por si. E conseguir tomar decisões difíceis. Não é para todos.

    Mata Hari

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    1. Essa influência é algo que distingue os bons dos maus líderes. Não é para todos, apenas para os melhores.

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  3. Verdade. Há muitas pessoas nesses cargos que vivem em função do medo que os seus "súbditos" têm dele/a, e assim conseguem que todos lhe obedeçam, ainda que os odeiem e que o ambiente de trabalho seja uma valente porcaria.

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    1. Tive muitos chefes com políticas de medo. Acho que não me recordo de nenhum que tenha tido sucesso.

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