4.9.15

dois em um (ou desta é que não me escapas)

Ontem perdi o medo (sobre o qual falei aqui) e numa caminhada de mais de dois quilómetros - o que nesta altura para mim parece uma ultramaratona – arrisquei correr não mais de cem metros. Tinha a ideia de que ia cair ao primeiro passo com a perna direita. Acreditava que a perna ia saltar ou que ia ficar cheio de dores. Felizmente correu tudo bem. A sensação ainda é esquisita mas praticamente sem dor. A correr tinha a sensação de que era o Edgar do filme Men in Black, todo desengonçado na cena em que caminha na rua. Mas a minha mulher diz que não é tão mau como imagino. Diz que apenas coxeio ligeiramente.

Hoje contei a experiência à fisioterapeuta e disse-lhe que tanto a caminhada em passo rápido como a pequena corrida tinham corrido bem. Expliquei-lhe onde sentia dores e perguntei qual o meu plano de corridas, ou seja, o que posso fazer. E fiquei a saber que posso correr 15 minutos por dia, em passo lento, num piso adequado e plano, evitando mudanças de velocidade e mudanças bruscas de direcção. Noutra fase da minha vida isto sabia a pouco. Não dava nem para aquecer. Agora sabe-me pela vida. Este tempo com o medo que ainda sinto – assim que acabei de correr mexi diversas vezes no tendão - é mais do que suficiente para voltar ao normal e também para deixar de coxear. Depois de saber que podia correr troquei mensagens com a minha mulher.

"A S. diz que posso correr 15 minutos todos os dias", escrevi.
"Eu, sem estar coxa, não corro esse tempo neste momento", disse-me.
"Mas vais ter de o fazer comigo", referi.
"Muito bem. É agora que começo a correr... Às vezes falo demais", respondeu recordando o momento em que me disse que começava a correr comigo quando eu pudesse correr.

Por isso, esta situação é uma daquelas duas em uma. Volto a correr e, melhor do que isso, volto a correr com a companhia da minha mulher. Sou uma pessoa que gosta de correr com companhia (apesar de não me importar de correr sozinho) e com música nos ouvidos. Podendo ter companhia, nada melhor do que correr com a minha mulher, que por questões profissionais não tem conseguido dedicar mais tempo ao desporto.

Depois de várias tentativas, agora não me escapa. É desta que começa a correr "a sério" comigo. E como a minha perna não me permite grandes aventuras acaba por ser ideal para o crescimento da minha mulher na corrida. Voltar a correr já bastava para me animar e motivar. Saber que o vou fazer a puxar pela minha mulher (acredito que será mais ela a puxar por mim) é ainda melhor. Que comecem as corridas e como costumas passar por aqui, aponta na tua agenda a primeira já para amanhã.

6 comentários:

  1. Que bom!
    Devagarinho vais lá!

    Bom Fim de Semana!

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  2. É muito bom que possa correr e seguir em frente na recuperação. E também que seja incentivvado pela esposa que quer o melhor para si. Mas tenha a certeza de que ela não o faz só por si. Não se deve fazer o que não se gosta,só para agradar. Agora se gosta mas precisa apenas de um empurrão, vá em frente!
    Mata Hari

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    1. A minha mulher tem sido muito importante ao longo destes meses. E tem sido um grande incentivo. De resto, puxo por ela quando sei que são coisas de que gosta. Não sou de forçar porque isso nunca dá bom resultado.

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