4.8.15

(não) sou hipocondríaco! (teste)

Deparei-me com este questionário/teste na edição online do jornal i. É da autoria de Ana Kotowicz, está muito bem feito e permite que qualquer pessoa descubra em poucos minutos se é hipocondríaca ou se está apenas preocupada com saúde. Como tal decidi partilhar o mesmo no blogue. Resta saber quantos hipocondríacos estão desse lado?

01. Ácido acetilsalicílico é a base de que medicamento?
A. Aspirina
B. Está debaixo da língua…
C. Importa-se de repetir?
D. Está a falar de Acidum acetylsalicylicum? Eu peço os meus fármacos pelo nome em latim. E é a Aspirina da Bayer, claro.

02. O ar condicionado do seu local de trabalho tem uma saída mesmo por cima da sua cabeça.
A. Tem certeza que vai passar o fim-de-semana doente.
B. Tapa-se com um casaco que tem sempre por perto, por precaução.
C. Um bocadinho de frio molda o carácter.
D. Já Napoleão dizia: “Não tenho medo de uma batalha, tenho de uma corrente de ar.” Isto, já se sabe, é meio caminho andado para apanhar uma infecção pulmonar.

03. O seu colega do lado espirra na sua direcção, depois de já ter tossido meia dúzia de vezes.
A. Lança-lhe um olhar gélido e passa os próximos dias a evitar qualquer tipo de contágio.
B. Oferece-lhe uma pastilha anti-inflamatória para a garganta – tem sempre um blister à mão.
C. Dá-lhe um abraço porque as pessoas adoentadas precisam de carinho.
D. Desinfecta o teclado e a mesa de trabalho com umas toalhitas que lhe sobraram dos tempos da gripe A. Toma ibuprofeno como medida preventiva e antes de se deitar toma um chá de limão e uma colher de mel. Mas sabe que já não tem safa.


04. Pelo segundo dia consecutivo, acorda com uma dor de cabeça.
A. Queixa-se ao médico de família e exige que ele o mande fazer uma TAC para despistar eventuais doenças.
B. Toma um analgésico, pensa em tumores cerebrais, mas vai à sua vida.
C. Dor de cabeça é coisa que não o aflige. A última vez que teve uma ainda a moeda era o escudo.
D. Tem certeza que é um aneurisma. Nem vale a pena fazer exames. A morte aproxima-se.

05. À noite, em casa, vê uma reportagem sobre vibroacústica, a doença dos hipersensíveis ao som.
A. Tem a certeza que já teve estes sintomas. E agora que falam nisso, consegue ouvir as vibrações das luzes da sala.
B. É capaz de jurar que também ouve vibrações, fica atento a outros sintomas, mas cinco minutos depois já não se lembra do nome da doença.
C. Vibro quê? Não tem paciência para ver isto e muda para um canal de vida selvagem.
D. Sempre soube que a sua irritação com ruído era mais do que mera embirração. Agora tem certeza que é uma dessas pessoas capazes de ouvir o que os outros não ouvem. Antes de dormir, procura um fórum na internet dos afectados pela doença e desabafa com os seus pares.

06. Foi à consulta de medicina de trabalho e os seus resultados estão todos bons.
A. Sabe perfeitamente que estes resultados estão viciados e repete os exames para o seu médico de família ver.
B. Acha normal. Tem tido cuidado consigo e isso nota-se.
C. A sua saúde sempre foi de ferro.
D. O médico que o assistiu não saberia distinguir uma febre normal de uma hemorrágica e ignorou todas as suas queixas. Sai dali directamente para umas urgências hospitalares onde sabe que o levarão a sério.

07. Síndrome de Münchhausen é…
A. Quando alguém finge (ou inflinge a si mesmo) uma doença para chamar a atenção.
B. Já viu um episódio do “Dr. House” sobre isto…
C. Assim de repente só estou a ver a Síndrome de Estocolmo…
D. É a desculpa que os médicos arranjam quando não querem tratar uma doença que se está mesmo a ver que temos e que eles são demasiado incompetentes para detectar.

08. Em casa, a sua farmácia doméstica tem
A. Vários tipos de analgésicos, anti-inflamatórios, antibióticos de largo espectro e mais uns seis ou sete medicamentos.
B. O básico: betadine, pensos rápidos, comprimidos para a dor de cabeça, antiácidos e o que sobrou do tratamento da última constipação.
C. Qualquer coisa para tirar dores de cabeça e de dentes e umas pastilhas para a azia.
D. Para além das vitaminas e dos suplementos? Umas vinte caixas… Então, paracetamol, ibuprofeno, dipirona, ácido acetilsalicílico, sais de alumínio, nafazolina, fenoxazolina, oximetazolina, pseudoefedrina, antissépticos com iodopovidona, clorexidina…

09. Qual dos seguintes conjuntos de palavras lhe soa mais familiar?
A. Talassemia, anorexia, acalasia, epilepsia.
B. Sinusite, renite, amigdalite, apendicite.
C. Obstipação, constipação, depressão, ataque de coração.
D. Doença de Huntington, tiroidite de Hashimoto, doença de Creutzfeldt-Jakob, doença de Von Gierke.

10. No fim deste questionário…
A. Está com falta de ar e vai ao Google procurar diagnósticos.
B. Já acabou de fazer a digestão e vai atirar-se ao mar.
C. Nem quer saber dos resultados, o seu cônjuge é que o obrigou a fazer isto.
D. Sente-se pior do que nunca e mete um comprimido debaixo da língua para evitar um novo ataque de ansiedade. Pelo sim, pelo não pega no telemóvel, não vá ser preciso chamar o 112.

Soluções:
Maioria de respostas A
É hipocondríaco e sabe-o muito bem. E é isso, e só isso, que o safa de precisar de um psiquiatra. Quando lhe dizem que está com má cara, sente-se logo a desfalecer e se sente uma taquicardia, é rápido a marcar o 112. Se ainda não lhe aconteceu dar entrada nas urgências com um AVC (que afinal eram só gases), deve estar para breve. Ao ver uma reportagem sobre o vírus ébola, a sua temperatura dispara, os músculos doem-lhe e a garganta pega fogo. E ao ver um documentário sobre varíola, pode jurar que a sua pele tem manchas vermelhas. Visitar países do sudeste asiático está fora de questão porque sabe que vai voltar de lá com uma estirpe manhosa de gripe. A sua farmácia doméstica faz inveja à de muitos médicos de província e o dia não começa sem um cocktail de vitaminas. Talvez devesse juntar-lhe ansiolíticos…

Maioria de respostas B
Lida bem com as suas maleitas mas quando está doente é o pior paciente do mundo. Faz fita até mais não poder e não perde a hipótese de pedir que lhe levem uma canjinha à cama. Nas suas atitudes do dia-a-dia nota-se um toque de hipocondria, mas nada de relevante. Mesmo quando acha que uma dor de cabeça pode ser um tumor, não vai a correr fazer uma TAC. Conhece os seus medicamentos, distingue um antipirético de um anti-inflamatório, e não tem problemas em automedicar-se. Na verdade, sente um certo gozo ao fazê-lo. E de tanto ver a “Anatomia de Grey” tem certeza que era capaz de fazer uma traqueotomia sozinho, em caso de necessidade.

Maioria de respostas C
A doença é uma coisa que não lhe assiste. Uma dor de cabeça ocasional, uma azia ou um enfartamento causado por uma refeição mais pesada e ficamos por aqui. Viu o farmacêutico do seu bairro duas vezes no último ano e uma delas foi por causa de uma ressaca. Não é sequer que tenha muito cuidado consigo, mas desde pequeno que é imune às maleitas. Tem certeza que vai viver para lá dos 100 anos.

Maioria de respostas D
Fica sossegadinho onde está que as ambulâncias já vêm a caminho. O destino final é que é capaz de ser diferente daquele que espera. Mas pelo menos vai ter muitos médicos a darem-lhe atenção. No fundo, no fundo, era isso que mais queria, não era?

6 comentários:

  1. Olá :)

    Maioria de resposta A. Sim, é realmente terrível estar na proximidade de pessoas doentes, ler a sintomática de qualquer doença. Sou capaz de suster a respiração quando passo por pessoas doentes e se um dia perco as estribeiras, em época sazonal de gripes e afins, ainda saio à rua de máscara e frasquinho de desinfectante. Ah, e fico terrivelmente amuada se alguém espirra ou tosse na minha direcção, ou me vem cumprimentar com um beijo ou aperto de mão e depois confessa estar doente. Sou pessoa para lhe dar um sermão.

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    1. Pelo menos sabes :)

      Acredito que muitas pessoas têm reacções semelhantes às tuas nos mesmos casos.

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  2. Pipocante Irrelevante Delirante6 de agosto de 2015 às 19:55

    Hmmm... Saber o que é Munchausen (sem ser o barão) faz de mim hipocondríaco?
    Logo eu, que nunca tomei uma aspirina, ou sequer um guronsan... E que limpo a sinusite com água do mar. Og porra...

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