12.8.15

ghosting? conhecia por outro nome

Diz que é o último grito da moda no que às relações amorosas diz respeito. Trata-se do ghosting. E o que é o ghosting? Nada mais do que acabar uma relação ao estilo do melhor dos fantasmas. Ou seja, não se fala com a outra pessoa. Não se diz nada. Simplesmente a pessoa deixa de aparecer. Mas o fenómeno fica por aqui. Não é necessário que a pessoa que deixa de aparecer – o tal fantasma – volte para atormentar a pessoa que abandonou sem dar explicações.

Fui atraído pelo fenómeno ghosting. O nome captou a minha atenção e quis perceber que nova tendência era esta para o final das relações. Quando li que passa simplesmente por deixar de aparecer sem justificação aparente percebi que não se trata de nenhuma novidade. É algo que existe e é praticado por muitas pessoas há largos anos. Quando andava no secundário dizia-se que era uma relação à David Copperfield ou Luís de Matos. Era aquela relação que por norma durava pouco tempo e em que uma das pessoas desaparecia tal como se fosse magia.

Havia até quem brincasse perguntado a outra pessoa se estava interessada numa relação à David Copperfield/Luís de Matos. "Como assim?", respondia a pessoa. "Estamos juntos e depois desapareces", explicava a outra pessoa. O fenómeno é mais ou menos o mesmo. Só que agora tem um nome mais apelativo e um destaque maior por ser praticado por pessoas conhecidas em todo o mundo, como é o caso de Charlize Theron e Sean Penn.

Este fenómeno do ghosting não me surpreende. Nos dias que correm com a cada vez maior desvalorização das relações pessoais (amorosas ou de amizade) desaparecer é aquilo que muitas pessoas fazem. Algo que acontece, por exemplo, quando já não se precisa da outra pessoa. Ou quando alguém se farta de outra pessoa. Já lá vai o tempo em que as pessoas se davam ao trabalho de explicar algo a alguém. Já lá vai o tempo em que as pessoas eram valorizadas ao ponto de merecer uma justificação. Agora são descartáveis.

Por outro lado, ainda bem que isto acontece. Talvez seja a forma mais rápida de perceber que não se trata de um amigo(a). E talvez seja a forma mais eficaz e bruta de se perceber que aquela pessoa afinal não é a ideal para uma relação mais séria. E sempre é melhor do que aquele discurso do "não és tu sou eu" e outros semelhantes. Assim não existe espaço de manobra para que a pessoa abandonada tente persuadir quem simplesmente deseja desaparecer mas não tem coragem para o assumir frontalmente.

14 comentários:

  1. Para mim quem faz isso só tem um nome, cobarde.
    Se não quer mais estar com a outra pessoa é só dizer, escusa fazer esse papel! ;)
    A vida não é complicada, as pessoas é que a complicam! ;)
    Cris

    ResponderEliminar
  2. Desconhecia esse fenómeno, mas realmente mais vale assim do que as conversas sem nexo nenhum.

    ResponderEliminar
  3. "Este fenómeno do ghosting não me surpreende. Nos dias que correm com a cada vez maior desvalorização das relações pessoais (amorosas ou de amizade) desaparecer é aquilo que muitas pessoas fazem. Algo que acontece, por exemplo, quando já não se precisa da outra pessoa. Ou quando alguém se farta de outra pessoa. Já lá vai o tempo em que as pessoas se davam ao trabalho de explicar algo a alguém. Já lá vai o tempo em que as pessoas eram valorizadas ao ponto de merecer uma justificação. Agora são descartáveis." PALMAS!!! Não somente porque concordo com o que escreves e, obviamente, sentes, mas também porque a minha idade, a minha falta de paciência e o meu mau feitio fazem com que estabeleça relações apenas superficiais, assim não crio laços mas também não perco tempo nem perco o pouco afecto que ainda tenho e que guardo apenas para aquela meia-dúzia de pessoas que ainda são minha amigas. Mas digo-te uma coisa: a minha vida não é um supermercado, pelo que quem sai não é reposto, e mais vale só que mal acompanhada.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Gostei dessa comparação com o supermercado. Está muito bem pensada. Acho que a tua postura é muito acertada.

      Eliminar
  4. não conhecia a expressão. Aprendes-se algo todos os dias.

    ResponderEliminar
  5. Pipocante Irrelevante Delirante16 de agosto de 2015 às 14:29

    Está na moda dar nomes fixes (cool) a coisas que já existem há anos... E passa-las como modas ou novidades.
    Ghosting, running, couching...

    ResponderEliminar
  6. E isso acontece em todo o tipo de relações, mas como já ouvi muitas vezes, se há alguém que não mostra interesse em estar comigo, então eu certamente não quero a companhia dessa pessoa!!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Mas não custa nada falar e dizer pessoalmente o que se passa.

      Eliminar