9.4.15

crianças, pais, homossexualidade e estigmas

Uma das muitas características das crianças é a ausência de filtros que lhes permitam perceber aquilo que podem verbalizar ou as ideias que devem guardar para si. Isto leva a que algumas pessoas defendam que os mais novos sejam bastante cruéis para os outros meninos e meninas com quem interagem diariamente nos seus colégios ou escolas. A Coca-Cola, num extraordinário golpe publicitário, pegou nessa característica dos mais novos para promover a sua bebida mas também o conceito de família, que há muito deixou de ser aquilo que era e que muitos entendem como tradicional.


“Mãe, disseram na escola que eras muito velha para seres mãe”, partilha uma criança. Por sua vez, a autora de tal comentário tem um lamento a fazer aos pais. “Nas aulas disseram-me que vocês não são os meus pais verdadeiros”, explica. Este comentário surge de uma outra criança que tem igualmente um lamento a fazer. “Perguntaram-me na escola porque é que não tenho mãe e tenho dois pais”, pergunta a um casal homossexual.

O brilhantismo desta publicidade não está apenas na forma como as crianças estão ligadas entre si mas no final, na pergunta que todos os pais fazem. “Se pudesses escolher a tua família escolhias-nos a nós?”, são as palavras chave deste anúncio que promove a diversidade familiar que, nos dias que correm, ainda consegue chocar muitas pessoas. Como não podia deixar de ser, este anúncio está a causar alguma polémica. Ninguém se preocupa com a mãe “velha” nem com o casal que adoptou uma menina. O problema é apenas um: o casal homossexual.

Gosto de anúncios como este. Que coloquem o dedo na “ferida”. Que explorem a realidade como ela é. Tudo bem que é um anúncio e não passa disso. Mas importa se a mãe é mais velha? Importa se a criança não vive com os seus pais biológicos? Importa se os pais são homossexuais? Ou aquilo que realmente importa é a felicidade em que crescem e se preparam para o futuro? A felicidade não será sempre a resposta?

16 comentários:

  1. Sou a favor de todo tipo de famílias , desde que tirem de orfanatos e instituições crianças e pré-adolescentes que estão no início do seu crescimento social e crescer de mente aberta, PARA MIM, é do melhor . Beijinhos

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    1. Porque no fim, aquilo que importa é mesmo a felicidade.

      Beijos

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  2. As pessoas preferem que a criança esteja num ambiente familiar mau, violento, sem amor desde que seja heterosexual do que ter amor e felicidade com um casal homossexual.
    Não consigo perceber este preconceito. Dizem porque as crianças vão ser postas de parte pelos colegas.. Eu não acho, a partir do momento que for legal vai-se tornar banal.. Dizem que essas crianças vão ter mais tendencia a ser homossexuais.. bem se isto fosse real não haveria homossexuais porque normalmente vem de famílias heterossexuais.
    Na minha opinião é mais importante a felicidade da criança, independentemente sem tem 1 pai, uma mãe, um de cada, 2 pais ou 2 mães.. A partir do momento que ela é amada, ela não iria querer outra família

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    1. Resume-se tudo ao teu último parágrafo. A resposta está aí.

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  3. Só não percebo como é que isso tudo está relacionado com a coca-cola.É suposto também ela fazer parte da família?

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    1. A mensagem que percebo é que se trata de uma bebida que acompanha a evolução dos tempos mantendo o sabor de sempre. É uma bebida que não discrimina famílias e que proporciona bons momentos a todos. Esta é a minha leitura.

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  4. Eu sabia que ias "pegar" neste anúncio :)
    Está brilhante e espero que através de um anúncio aparentemente simples, as pessoas consigam abrir os seus horizontes e ver para lá do óbvio.
    Já chega de preconceitos, o amor é tão lindo!

    Beijos

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  5. Para mim é certamente, mas ainda há muitos preconceitos por esse mundo fora...

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  6. a sociedade não sabe o que é respeito, sendo que nem a si mesmos se respeitam. estas campanhas de marcas que todos conhecem fazem muito bem para quebrar um pouco destes assuntos tabus que a sociedade impõe a ela mesma.

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    1. É importante que até as publicidade comecem a meter o dedo na ferida de modo a ajudar a mudar algumas mentalidades.

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  7. Quando o vi pela primeira vez... o meu segundo pensamento foi: não vais estar no ar muito tempo. Infelizmente mexe com mentalidades pouco evoluídas e muito quadradas que têm medo de explorar formas novas da adaptação do ser humano. Pessoas estas que com o medo reprimem este tipo de "provocações".

    Provocação das mentes é o que este anuncio é. Mas o meu primeiro pensamento não deixou de ser: Fantástico!

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    1. É fantástico mas aposto que será mal visto em muitos sítios.

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  8. Nenhum caso pode ser avaliado com generalizações. Cada caso, é um caso, muito especifico e com contornos muito próprios. Não sou contra a diversidade de famílias. Não sou contra as adopções por casais do mesmo sexo, sou contra sim ao que Miguel Sousa Tavares fala "dos direitos dos homosexuais, em vez dos direitos das crianças." Tudo com calma e sem grandes manifestações de que "se não for agora, não é nunca mais".
    M.M.
    http://conversasde3naosaoa4.blogs.sapo.pt/

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    1. É uma tema que dá muito que falar e que deve ser tratado com cautela.

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