13.10.14

pneus furados em três actos

Pneu furado que é um verdadeiro pneu furado aparece sempre na mesma altura. Naquele momento ideal. Quando temos mais pressa e planeámos tudo ao detalhe para que nada corra mal aparece o pneu furado. E este é o primeiro acto da minha mais recente história relacionada com pneus furados. Na última sexta, num dia em que tinha de estar bastante cedo em Lisboa, entrei na A2, e o carro avisou-me de que um pneu tinha pressão insuficiente. Segundos depois, aconselhou-me a parar o carro, porque tinha o pneu furado. Encostei na berma e notei que o pneu estava cheio. Pensei que se tratava de uma – incomum – avaria no computador de bordo e voltei à estrada. Novo aviso. Saí da A2, fui a uma bomba e coloquei ar no pneu. Assim que comecei a andar novo alerta. E segundos depois, o conselho para parar o carro. E assim chegou ao fim o primeiro acto.

O segundo acto está relacionado com a mudança do pneu. Encostei o carro numa zona calma e tentei mudar o pneu, que mesmo furado, ainda não tinha perdido muito ar. Não consegui soltar as porcas. Nesse momento lembrei-me de que estava perto de uma oficina Peugeot – a marca do meu carro – e dirigi-me à mesma. Encontrei um mecânico e pedi-lhe ajuda somente para soltar as porcas. Com uma chave melhor do que a minha, soltou as cinco porcas. Agradeci e quando me preparava para mudar o pneu, meteu conversa comigo. “Vais mudar o pneu aqui?”, perguntou-me. “Sim”, respondi, pois estava no recinto de uma oficina da marca do meu carro. “Posso pedir-te que te metas atrás daquela carrinha para eles não verem”, diz-me. Isto causou-me estranheza pois não pedi para me mudarem o pneu de borla. Apenas pedi ajuda para soltar as porcas e o resto seria feito por mim. Lá me meti no carro, saí das instalações e fui para a rua mudar o pneu. Segundo acto concluído.

Só falta um. A ida à oficina. Como o pneu perdeu ar muito lentamente, acreditei que bastaria remendar o pneu, evitando comprar dois e gastar uma quantia que não me interessava. Marquei hora na oficina, entreguei o carro e fui para perto do mecânico. Que me diz que não é possível remendar o pneu devido ao sítio do furo e de outros pequenos furos – aparentemente feitos por um prego – na mesma zona do pneu. A solução: comprar dois pneus. Quando os pneus – de trás - estavam a ser mudados, meti-me a olhar para um dos da frente. E o que encontro? Um prego espetado no pneu. Felizmente, este dava para remendar e não necessitava de comprar mais dois pneus. Quando o furo estava a ser remendado, o mecânico encontra mais um prego no mesmo pneu. Felizmente, também deu para remendar. 

Moral da história. Ou estacionei o carro numa cama de pregos e não me lembro de o ter feito. Ou alguém que não gosta de mim anda a alimentar os pneus do meu carro com pregos de uma dimensão considerável ou ainda alguém andou a semear pregos numa das estradas, que dão acesso a Lisboa, de maior movimento. Como homem prevenido vale por dois, nada como um barato e prático seguro aos pneus que me poupa o dinheiro que teria de gastar num eventual novo furo.

6 comentários:

  1. Caramba... :-(
    Isso é que foi azar... Mas tantos pregos... Para uma adepta da teoria da conspiração como eu sou, a tua história até me dá para pensar se não anda alguma oficina das redondezas a tentar angariar clientes à força... Sabes que essa "estratégia" é muito comum nas estradas brasileiras, por exemplo?

    Já agora, e com alguma vergonha, neste caso é história ou estória? Quando era pequena e andava na "primária", sempre me ensinaram que história se aplicava apenas ao estudo das civilizações humanas e seus feitos desde que há relatos. E estória se aplicava apenas a pequenos contos e relatos de adventos pontuais. Neste momento, estou um pouco perdida e não sei bem como é que se usa ambas as palavras. Explicas-me? Obrigada. :-)

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    1. Como foi do mesmo lado do carro, quero acreditar que foi azar e que terá acontecido tudo no mesmo sítio com a sorte de que os pregos do pneu da frente impediram que ficasse sem ar.

      Já tinha ouvido falar de óleo colocado nas estradas propositadamente. Conheço esta estória há muito tempo.

      Estória aplica-se sobretudo à ficção. Ao conto e por aí fora :)

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    2. Sabia que o que eu tinha aprendido ainda estava em vigor! ;-) É que se vê tantos erros por aí, com a aplicação dessas duas palavras... Até eu a apliquei mal. ;-) Mas vou voltar a reger-me pelo que aprendi, então! haha ;-) Obrigada. :-)

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  2. Bolas! Isso parece, efectivamente, muito azar junto! Ainda bem que não sucedeu "nada de mais".

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