1.8.14

quando o barato sai caro

Houve uma altura em que foi muito badalada a alternativa no fornecimento de electricidade. Recordo-me das várias pessoas que me questionaram sobre uma eventual mudança da minha parte. Disseram que os preços eram muito bons, que as condições eram óptimas e outras coisas. Resumindo, eram só facilidades. Como sou daquelas pessoas que não acreditam em “esmolas” que parecem boas demais para ser verdade, nunca mudei. Deixei-me ficar sossegado, algo que costumo fazer. Mais depressa tento renegociar um valor com os meus fornecedores, sejam eles quais forem, do que mudo algo por impulso.

Tenho um amigo que faz parte das pessoas que mudaram. E que só tem tido problemas. A começar pelas contas. Tanto enviam uma factura como não enviam. Tanto enviam uma por mês como ficam um mês sem enviar. Em alguns casos, quando a factura chega ao destinatário, já está sem data de validade para pagamento no multibanco. E, quando há problemas, a solução é um telefonema (que na maior parte das vezes demora até que alguém atenda) porque não existe um espaço físico onde o cliente se possa dirigir. No telefonema são solicitados dados atrás de dados, muitos deles desnecessários, antes que se possa abordar o problema.

Como se isto não bastasse, cortaram-lhe o fornecimento de electricidade. Por causa de uma factura. E interromperam o fornecimento sem qualquer aviso prévio, algo que julgo ser uma obrigação legal. Não sei quantos telefonemas depois, uns muito caricatos, chega a pergunta que o meu amigo mais queria fazer: “Agora que está tudo regularizado, ainda conseguem vir fazer a ligação hoje?”, perguntou. “Não vai ser possível. O tempo de espera é de 30 a 45 dias”, respondeu a senhora. “Não está a querer dizer horas?”, questionou estupefacto. “Não! São mesmo 30 a 45 dias”, voltou a referir. 

É certo que os pagamentos devem estar regularizados. Mas é igualmente válido que isso é complicado quando a própria empresa é desorganizada com as facturas, algo que aconteceu neste caso. O meu amigo desconhecia o valor em falta e acreditava ter tudo certo. Além disso, foi interrompido o fornecimento sem qualquer aviso prévio. Havendo a forte probabilidade de ficar mais de um mês sem electricidade em casa. Fazendo as contas, o desconto desta empresa é praticamente insignificante no final do mês. Quando existem problemas destes, mais ainda. E fez com que voltasse ao fornecedor original. São histórias como esta que provam que o barato pode sair caro.

24 comentários:

  1. ??? Isso nem parece real... 30 a 45 dias?? Como é isso possível?
    Eu sou de outra fornecedora de electricidade, que não a principal, mas não mudei agora, mudei assim que a outra empresa chegou ao mercado nacional. Verdade que, há 2 meses atrás, também fizeram essa graça de não enviar a factura mensal, mas informaram-me que foi por falta de comunicação de leitura (minha e/ou da empresa que recolhe a leitura - que é a concorrente principal desta...), e quando ocorre essa falta de comunicação de leitura, a factura passa a ser enviada só de dois em dois meses. Não sei se é verdade ou não, mas foi a explicação que me deram e que considerei aceitável. Explicaram-me qual a forma correcta para calcular a altura para dar a comunicação e nunca mais tive qualquer problema.
    Engraçado que já com os combustíveis aconteceu a mesma coisa: assim que o mercado foi liberalizado, quem saiu a perder foram os clientes, quando deveria acontecer o oposto...

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    1. O que me parece é que a tua empresa fornecedora está a poupar nos senhores que fazem as leituras e não tem um sistema de estimativa.

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    2. E falaram-me num caso de um homem que está há 90 dias assim. Eu não mudei e não penso mudar. O desconto é mínimo e não justifica as eventuais confusões.

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    3. Veruska, tudo o que tem a ver com leitura de contadores ou assistência em avarias (piquete) é feito através da empresa principal de fornecimento de energia. Mas não é algo que não se soubesse de início, já era algo mencionado no contrato. E eu já estava habituada a que os senhores que faziam a contagem estivessem sem aparecer durante meses. Na realidade, o contador só era lido semestralmente, e não era por estar fora do alcance, era mesmo porque a própria empresa retirou imensa gente da rua. E agora, os senhores que andam a fazer a leitura nem são trabalhadores da empresa, são mão-de-obra temporária...
      HSB, eu mudei, tal como disse, há uns anos, não foi por esta mudança para o mercado livre. Até ver não me sinto prejudicada. No futuro, logo se verá :)

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    4. Ainda bem ;) E não tens ar de quem tenha feito a mudança por impulso.

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  2. Eu de vez em quando repenso a minha opção (EDP regulado-bi-horária) e para ser franca nada me alicia.

    Acho que a maior parte das pessoas nem percebe em que se traduz o desconto oferecido pela concorrência...é que são literalmente cêntimos!

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    1. Eles comercializam mas tudo o resto não passa por eles. Acho que muitos dos problemas começam aí.

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  3. Lamento, mas essa história está muito mal contada. Corte com apenas uma factura em atraso? Estavam mais muito provavelmente, isto porque estamos a falar de um serviço importante. Aqui os CTT trabalham muito mas muito mal, quando alguma factura não chega a tempo, contacto os serviços em questão e pergunto o valor em aberto.

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    1. Lamento, mas não conheces a pessoa melhor do que eu para assumires que a história está mal contada. Lamento também, mas aquilo que escrevi é o correcto. Existia uma conta por pagar, conta essa que o meu amigo nunca recebeu. Além disso, foi interrompido o abastecimento sem qualquer aviso.

      Não quero com isto dizer que isto aconteça a todas as pessoas. Pior seria. Mas, neste caso aconteceu. E como estou a contar. Independentemente de acreditares ou não.

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    2. A história não está mal contada. Aconteceu-nos o mesmo no final de Julho. Todo este texto relata a nossa situação. Já está resolvido mas vamos mudar de operadora. E sim, cortaram-nos a luz com uma factura em atraso que nunca recebemos.

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    3. Mais um triste exemplo de mau funcionamento.

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  4. Eu deixo-me estar quietinha, na do costume.
    E se tiver de fazer alguma reclamação, como no ano passado que não enviaram duas facturas (recebo via eletrónica) e, quando me apercebi, iam ser debitadas as duas, com a terceira a caminho.
    Fui lá e negociamos pagar em duas vezes, já que a terceira estava em pagamento.
    Por estes motivos, permaneço aqui.
    E o certo é que nunca recebi as facturas eletrónicas . Mas tudo voltou ao normal.
    Não me deixo iludir.
    Bom fim de semana

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    1. Nesse aspecto sou antiquado. Gostos das cartas no correio.

      Boa semana!

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  5. É por isso que eu nunca mudei, mal por mal, prefiro o mal que conheço. Quando vi toda a gente nos balcões do Continente a mudar por meia dúzia de descontos, pensei sempre que ninguém dá nada, era muita fruta. Bem fiz eu!

    http://thelusofrenchie.blogspot.pt

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    1. Até porque neste caso eles só comercializam. Estão sempre dependentes dos outros que tentam dificultar o que fazem.

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  6. Eu mudei de fornecedor de electricidade e não me arrependi. Sem período de fidelização obrigatório voltei a mudar quando a concorrência criou tarifários mais competitivos. Não gosto de me acomodar a uma empresa, quando há alternativas mais económicas no mercado. Nem sempre tenho a disciplina necessária para rever contractos de seis em seis meses (de serviços em geral), mas tento fazê-lo pelo menos anualmente -- com resultados significativos.

    [Irrita-me profundamente quando a empresa actual iguala a oferta da competição assim que percebe que vai perder-me. Não consigo evitar pensar que são uns aproveitadores inqualificáveis -- especialmente quando têm tempo para me fazer "cento e trinta e cinco" telefonemas/mês com ofertas várias.]

    Acho que o teu amigo teve nítida pouca sorte.

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    1. O meu amigo só tem tido problemas. Acredito que não seja assim com todas as pessoas pois se assim fosse já não existiam. Agora, pelo que me explica, funcionam mesmo muito mal.

      Isso de igualar as ofertas, é assim em tudo. Até nos empregos quando uma empresa tem medo de perder um trabalhador.

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  7. É exactamente por este tipo de situações que eu não sigo o impulso de mudar de fornecedor. Seja no serviço que for, é preciso ver muito bem o que vou ganhar ou perder. Por uma poupança mínima, prefiro ficar como estou para evitar situações com empresas completamente desorganizadas!
    Abraço

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    1. Acho que não ceder a impulsos é o melhor. Não digo que as pessoas não devam mudar mas há quem mude e fique a perder no serviço poupando uns míseros cêntimos.

      Abraço

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  8. Tenho a confssar que recentemente também tive uma má experiência a este nível. Decidi mudar, seguir a liberalização do mercado mas...enfim..o mais barato saiu pela culatra, com incompetências atrás de incompetências...e agora regressei ás "origens"!

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  9. Isso é surreal!
    E apresentar a situação na DECO?

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  10. Podem divulgar qual o fornecedor em questão???????

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