15.7.14

são casados. vais onde ele for

“Agora estão casados. Vais onde ele for”. Ouvi esta frase que reflecte uma opinião pessoal do modo como deve funcionar a vida de um casal. Vida essa onde, de acordo com esta opinião, o espaço para a amizade entre um homem e uma mulher (que não aquela com quem decidiu casar) é praticamente inexistente. E não podia discordar mais deste ponto de vista. O casamento não é uma prisão. Casar não significa que duas pessoas vivam apenas uma para a outra, ignorando relações antigas. Nem significa deixar de estar presente em momentos importantes dos amigos.

Com isto não pretendo dizer que o casamento não muda nada na vida das pessoas. Porque tem de mudar. Tal como muda quando duas pessoas decidem viver juntas, independentemente de já estarem ou não casadas. Tem de existir uma adaptação de ambos porque, por exemplo, o que era o espaço de um passa a ser de dois. Mas esta adaptação não deve ser feita com algemas nem com raios de acção reduzidos e mais controlados do que uma qualquer casa de um Big Brother.

Até porque não é esse controlo excessivo que impede que um homem ou uma mulher façam algo. Além do mais, um namoro e um casamento não devem apagar a história de vida, anterior ao momento em que se conheceram, das duas pessoas que casam. O que foi vivido não pode ser simplesmente apagado. Se existe uma relação de amizade forte entre duas pessoas, esta não deve ser apagada apenas por causa de um casamento. Deve ser enquadrada dentro da nova realidade existente.

Do meu ponto de vista, se um/a homem/mulher não aceita que a/o mulher/marido esteja com alguém que já existia na sua vida antes do casamento é porque não tem confiança na pessoa que está a seu lado. E uma relação onde não existe confiança nunca terá um final feliz. É como construir uma casa pelo telhado esperando que aguente.

22 comentários:

  1. São principios tão simples, tão básicos.
    Surpreende-me a quantidade de pessoas que conheço que não os aplica.
    Depois esperam que a felicidade apareça um dia como que por magia.
    Eu sou da opinião que o amor é só uma parte da receita, o dificil são os outros ingredientes, entre eles a confiança!

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    1. Acho que a confiança é uma das principais bases de uma relação. Se existir muito amor mas sem confiança, não vai dar certo.

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  2. Por isso é que não me caso..ehehehe

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  3. :O What!? Século XXI? Ainda há malta a pensar assim!?
    A amizade não escolhe sexos.
    A pessoa que pensar de outra forma é limitada. Felizmente sinto-me perfeitamente capaz de ser amiga de homens tal como sou de mulheres. Da mesma forma que promovo o convívio do meu marido com pessoas que fazem parte da sua vida, independentemente de o fazerem antes ou depois de eu "aparecer".
    Sim, confiança e sinceridade acima de tudo. Antes de sermos mulheres/maridos de alguém somos pessoas e por muito amor que haja essa é uma vertente que não deve ser descurada.

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    1. Acho que são ciúmes. Mas, quando não controlados podem ser muito maus para a relação. Entra-se numa desconfiança tal que vai dar em problemas. E a pessoa que disse isto é nova.

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    2. Aquela ciumeira normal é boa: mostra-se que se gosta e a outra pessoa sente-se importante - aqui me confesso! :)
      Desconfiança é completamente diferente. Há pessoas que discordam da minha maneira de pensar mas prefiro assim. Se estivesse com uma pessoa que não confiasse acho que preferia não estar.

      Se quiseres perder um minuto a ler sugiro:
      http://abrildesonho.blogspot.pt/2013/12/as-mulheres-e-os-maridos.html

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    3. Mal da pessoa que não sente ciúmes. Mas, esses de que falas são uma coisa, outra é uma obsessão tal que vai dar em confusão. Vou ver :)

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  4. Engraçado este post...acho que acima de tudo é muito importante cada um saber o seu lugar e os compromissos que assume. Também acho que há grande preconceito em relação a pessoas casadas...para muita gente uma pessoa casada é quase uma não-pessoa...é como se não existisse!

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    1. Parece que casar é deixar de existir para o mundo. E o casamento não é isso.

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  5. São conceitos antigos.
    Es tou de acordo, até porque, cada vez mais nós, ele e ela, precisam de individualidade, espaço, silêncio.
    Quanto às amizades, se o casal conhece os amigos de um e do outro, há que confiarem.
    Beijinho

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    1. São conceitos antigos mas, neste caso, defendidos por uma pessoa nova.

      beijos

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    2. Quando escrevi "são conceitos antigos" queria referir-me ao que prevalecia nas gerações mais antigas e à ideia em si, porque sei que, infelizmente, ainda há quem siga esse lema, independetemente da idade.

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    3. Mas espanta-me muito mais que uma pessoa jovem ainda pense deste modo.

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  6. Mudar as mentalidades das pessoas demora algumas gerações! É verdade que estamos mais abertos, no entanto ainda oiço este tipo de conversas entre pessoas da minha idade...

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  7. "Tal como muda quando duas pessoas decidem viver juntas, independentemente de já estarem ou não casadas."
    No meu caso, quando decidimos viver juntos já estavamos casados há um ano.

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  8. Li isto algures e acho que é regra a seguir (não tem exatamente a ver com a companhia mas acaba por estar relacionado): devem ter cada um um hobby sozinho e outro em conjunto. Por exemplo, ela tem aulas de dança com as amigas, ele toca num banda com os amigos e os dois gostam de noites de quizz à quinta com amigos em comum. Qualquer coisa do género :p

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    1. Do meu ponto de vista o casal não deve anular a individualidade de cada um.

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  9. Isso chama se liberdade logo mais responsabilidade e maior confiança.
    Perfeito !

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