8.7.14

barril de pólvora prestes a explodir

Quando estou em trabalho no Algarve costumo sair à noite diariamente. E já vi de tudo, mesmo tudo, na noite algarvia. Desde cenas extremamente quentes protagonizadas por casais de ocasião até desacatos com agentes de autoridade passando ainda por cenas de pancadaria e consumo de drogas. E tudo isto que vi, só não vê quem não quer porque está aos olhos de todos.

É certo que existem muitas coisas boas e divertidas na noite, num ambiente que deveria ser de descontracção. E é possível sair à noite a pensar apenas nisto e somente com o objectivo de passar um bom bocado na companhia de amigos. Mas, basta estar no local errado na hora errada para ser arrastado para uma situação que pode ser muito chata.

Numa das noites fui a um bar onde costumo ir com frequência. Que, naquela noite, tinha um ambiente diferente do que é normal. A meio da noite fui ao wc e quando estava a lavar as mãos reparei no que parecia ser uma cena de pancadaria à porta da casa-de-banho. Empurrões, murros e outras coisas que impossibilitavam que pudesse sair dali. Até que percebi que era uma brincadeira entre dois amigos.

Mesmo assim, um deles levantou a camisola e mostrou ao outro a pistola que tinha presa nas calças. Para minha sorte, era uma brincadeira. Se não fosse, não tinha onde me refugiar da luta e arriscava-me, no pior dos cenários, a levar para casa, como recordação, uma bala perdida de uma luta num wc. E são coisas como esta que fazem da noite um barril de pólvora prestes a explodir.

E é por isso que aconselho muito cuidado e ponderação a quem gosta de sair à noite. É sempre melhor respirar fundo e contar até dez do que partir imediatamente para qualquer cenário de confronto. E sempre ouvi dizer que, por mais maluco que cada um de nós ache que é, existe sempre alguém ainda mais maluco do que nós.   

12 comentários:

  1. Eu saio cada vez menos à noite, e para discotecas ainda menos... As pessoas estão a perder o bom senso a uma velocidade estonteante e o que deve ser um escape e uma noite bem passada é, na maioria das vezes, uma dor de cabeça, ao tentar fugir de cenas de violência, assédio e outras que tais... Às vezes sinto-me o velho do Restelo, mas tenho alturas que suspiro bastante pelo passado...

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    1. É possível passar um bom bocado mas é preciso muito cuidado.

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    2. Sim, ainda é possível, mas longe dos sítios mais "in"... Quando não é no interior dos estabelecimentos, é no exterior... enfim...

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  2. Tão verdade, existe sempre alguém ainda mais maluco!! A noite sempre foi onde se viu tudo, mas acho que está cada vez mais perigosa, porque as pessoas têm pouca paciência! Por dá cá aquela palha, bate-se, aleija-se, é-se violento!

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    1. Neste caso é muito álcool e muitas culturas misturadas. O que é normal para uns é inaceitável para outros. E este choque pode ser muito perigoso.

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  3. Já não sou tanto de sair à noite como antes. Exaçtamente por esses motivos. Parece que cada vez mais são só cenários degradantes.

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    1. E acredito que para um grupo de mulheres seja ainda mais complicado. São logo assediadas por vários homens e nem todos são educados nem percebem o que é um não.

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  4. Tens muita razão no que dizes.
    Os perigos da noite mudaram muito nestes últimos 15/ 20anos.
    As pessoas não sabem divertir-se, são mais agressivas, menos ponderadas.
    Vivi muitas noites de discotecas, bares, ao relento, nunca consumi drogas, nunca tive vício de fumar, sempre me diverti, com ponderação.
    Hoje, a diversão começa aos 16 anos, ou até mais cedo, não se vive a adolescência, há mais oferta, logo, as pessoas cansam-se de tudo e nada.
    Não sou nada contra a diversão, a brincadeira, mas as atitudes mudaram muito.
    Beijinho

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    1. É preciso muito cuidado. E tens razão. Encontram-se jovens caídos de bêbados e a fazerem coisas de que se vão arrepender na manhã seguinte.

      beijos

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  5. Nem é bom pensar nessas coisas. Fico logo a panicar.
    É mesmo o que referiste - estar no sítio errado na hora errada. Pessoas inconscientes e realidades paralelas que é melhor nem conhecer.
    Ainda bem que tudo acabou bem. :)

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    1. Por exemplo, fui agredido na noite do Porto num ambiente muito mais calmo do que este. Aqui, já vi de tudo e nunca me aconteceu nada. Mas também é verdade que no Porto era eu e mais um colega e aqui costumamos ser quatro ou seis pessoas.

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