28.3.14

a moda das separações

Ao longo dos últimos tempos tem-se verificado um grande número se separações e divórcios. A começar pelos casais famosos, que todas as pessoas conhecem. Neste domínio, confesso que a maior parte das separações não me surpreendem. O casal assume o romance. Passados dois dias estão a publicitar o amor como sendo a mais linda história de amor alguma vez vista. Pelo meio – em alguns casos - existem negócios entre o casal. E dez dias depois, a relação chega ao fim por “incompatibilidades impossíveis de solucionar” Como tal, a maior parte destas separações não me chocam.

Noutro domínio, estão as separações e divórcios das pessoas que me são mais próximas. Algo que tem vindo a acontecer. Por exemplo, ainda ontem fiquei a saber da separação de mais um amigo de longa data. Quando se trata de separações de amigos, faço sempre a mesma pergunta: “existe a hipótese de se reconciliarem?” É sempre a primeira coisa que digo. E é algo que serve para perceber se foi uma decisão ponderada ou se foi uma opção tomada a quente num momento menos bom.

Quando a pessoa começa a gaguejar muito, sem saber o que dizer e sem saber justificar a opção, leva-me a acreditar que foi uma decisão tomada mais ou menos a quente. E que ainda está a ser estudada, apesar de já ter existido uma separação física. Quando me respondem prontamente “não”, explicando detalhadamente o que levou aquela situação e que preferiram a separação às crescentes ofensas mútuas, percebo que foi uma decisão complicada mas ponderada. Algo que será melhor para o casal e para os filhos, quando existem, preservando o que ainda existe de bom.

O que me leva a fazer aquela pergunta é achar que as pessoas têm cada vez menos paciência. A vida é levada a correr, o tempo é pouco e a paciência nenhuma. Isto leva algumas pessoas a resolverem tudo da forma mais “fácil” e “simples.” Os problemas são todos resolvidos da mesma forma, quer seja mandar fora um par de sapatos velhos ou decidir acabar com uma história de largos anos. Acho que as pessoas precisam de fazer pausas. Sobretudo nos momentos quentes onde é muito fácil mandar tudo para trás das costas como se não houvesse amanhã. Porque existe amanhã e muitas coisas são irreversíveis. 

17 comentários:

  1. Hoje em dia, aquilo que eu sinto é que as pessoas não estão para se tolerar, perdoar e a inexistência de diálogos moderados agrava as situações. Por vezes tudo podia ser resolvido com uma simples cedência ou um pedido de desculpas ou um pequenino mimo diário ao outro.... Mas quem disse que isto das relações era fácil?

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  2. O "menino querido" :-) percebe agora porque não tenho 'tempo' para relações? Porque as pessoas não têm paciência!!! As relações constroem-se, logo demoram... Além disso, hoje tudo é descartável - inclusive as pessoas.

    Portanto, sempre que tenho um "affair" (não digo "relação" pelo acima exposto), ponho logo as cartas na mesa: não estou aqui para enganar ninguém, e muito menos ser enganada - querem? muy bien!; não querem? citando a Madonna no 'biopic' "Truth Or Dare", next!!! :-)

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    1. Acho que fazes bem em ser assim. As pessoas sabem ao que vão. Só espero que daqui a uns anos não lamentes a tua opção. E parece-me que não :)

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    2. Se um dia aparecer um gato que tenha paciência, então eu terei tempo... :-) Nos 'entretantos' divirto-me mas protejo-me (em todos os sentidos).

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    3. Aposto que há-de aparecer um gato que te irá deixar maluca :)

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  3. Adorei o post, parabéns! Infelizmente, este corre-corre diário pode levar-nos para o precipício sem reparamos! Por enquanto, eu tento manter-me fiel à minha paciência. Que assim me conserve!

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    1. Acho que todos somos pacientes. Tal como todos somos impulsivos. O segredo é não tomar todas as decisões apenas com base num impulso, muitas vezes errado.

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  4. Sem dúvida; as pessoas muitas das vezes não se esforçam, não param para pensar e vão pela via "mais fácil"; chamo-lhe a descartabilidade das relações e é triste...

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  5. Concordo,
    A facilidade com que se terminam relações é algo que me mete muita impressão.
    As pessoas estão cada vez mais egoístas e prepotentes, acham que não precisam de ninguém e não fazem o mínimo esforço para manterem uma relação e o mais incrível é que isto começa a acontecer também nas relações de amizade, porque isto de ser amigo também dá trabalho e é uma chatice.
    Se continuarmos assim com esta crise de valores vamos acabar com a espécie humana, as relações são cada vez mais superficiais e curtas, se juntarmos isso aos problemas de infertilidade, à falta de incentivo à natalidade e à crise, estamos condenados à extinção…
    Quem é que vai ficar junto tempo suficiente para ter filhos?
    Existem muitas coisas que por vezes dizemos da boca para fora, mas há que ter consciência que uma relação amorosa requer atenção, é um cordão que une duas pessoas que precisa de ser reforçado diariamente, amores prefeitos só existem em filmes, toda a gente tem problemas e de toda a espécie, não existem vidas perfeitas.
    Anda meio mundo a suspirar com as vidas supostamente perfeitas que se vivem por aí, metade desse meio mundo é realmente mais feliz do que os seus ídolos, só que está demasiado distraído e iludido para perceber isso, e depois… depois é tarde demais.
    Tanto havia para dizer sobre este assunto…

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    1. Há muito que percebi que as amizades são descartáveis. As amizades vivem de interesses e mexericos. Por isso é que digo que tenho dois ou três amigos verdadeiros. E são os únicos que tenho a certeza de que não me vão desiludir no caminho. De resto, tenho conhecidos que fingem ser amigos.

      Quanto às relações, é pena que o rumo seja o de descartar pessoas. É mesmo pena... e sim, havia muito para dizer.

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  6. E a maior parte das vezes nem a galinha da vizinha é melhor que a minha, nem há ouro nbo final do arco-iris. Por vezes chegam à conclusão que afinal não era tão mau. Outras, concordo, chegam à conclusão que foi pelo melhor e há que sair enquanto ainda há respeito e não andam os 2 à estalada.
    É preciso é ser feliz, pois esta vida é curta demais para se ser infeliz. Sozinhos, acompanhados, mas felizes é o que desejo

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    1. Existem pessoas que vivem relações longas e vivem com a ilusão da sedução e de novas conquistas. Acham que estão a perder uma vida fantástica. Depois, percebem que é tudo igual e lamentam a pessoa que deixaram ir embora.

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  7. Meu deus, tocas-te num assunto que tem pano para mangas! Todos somos pessoas e todos temos defeitos. Vamos aprendendo com eles enfrentando os mais diversos problemas...
    Um casamento é como um império que se constrói dia após dia. Ontem foi dia de colocar pedra sobre pedra,(muito duro), hoje é dia de pintar as paredes,(bem mais leve), e isto acontece uma vida inteira. Quem abandona o barco ou é fraco ou inconsciente. Porque se continuar a bater na mesma tecla volta tudo ao principio, pedra sobre pedra...
    Somos humanos e à nascença somos incapazes de sobreviver sozinhos, já nascemos com essa herança.
    Aqui à dias ouvi o nosso Papa Francisco dizer: Seria tudo tão simples se proferíssemos mais vezes estas duas palavras, perdoa-me e desculpa. Se elas forem proferidas com o seu verdadeiro valor, podemos ver onde erramos e aprendermos com elas para seguir em frente.

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    1. Duvido que exista uma única pessoa que nunca tenha vivido um momento quente em que acha que o melhor é acabar com uma relação. É o momento impulsivo que todas as relações têm. Agora, tomar uma decisão apenas com base nisso, é um erro porque esse impulso é fruto do momento quente.

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  8. Bom dia,
    não devias chamar moda, sempre houve, antes de 74 era proibido cá no burgo e se não à mais é devido a outros valores...
    acho que se juntam é a quente, não é a separar, duvido que cá se separe como em hollywood, duvido muito que seja a quente, pode sim existir uma escalada devido a serem discutidos temas a quente e uma coisa levar a outra.

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