austeridade = futebol

Fado, Futebol e Fátima. Assim é conhecida a fama de Portugal, algo que Pedro Passos Coelho fez questão de recordar aos portugueses. A austeridade tinha hora de chegada marcada. Seria às 19h15, meia hora antes do início de um jogo da “equipa de todos nós”. Coincidência? Nada disso.

Com todo o tempo do mundo para revelar a má notícia ao país, Pedro Passos Coelho, resolve falar a poucos minutos de um jogo de futebol, atrasando o seu discurso, que concluiu sete minutos antes do começo da partida. Uma estratégia com resultados práticos, que passam por desviar a atenção das pessoas da realidade do país para a fantasia do futebol.

Portugal vive um momento adverso. Os trabalhadores do privado vão passar a descontar 18%, subida de sete pontos percentuais, para a segurança social. Uma medida que, na prática, equivale ao corte de um dos catorze ordenados anuais e mais um para o sector público, que já não tinha um dos subsídios.

Contudo, neste preciso momento, o que interessa é ganhar ao Luxemburgo, para animar o país. Para a semana, interessa descobrir os verdadeiros motivos da tristeza de Cristiano Ronaldo. Também se pode discutir o castigo de 15 dias aplicado a Jorge Jesus numa altura em que o campeonato está parado e ainda, se houver tempo, a transferência de Hulk para o Zenit por 40 milhões de euros. A austeridade... essa fica para depois.