31.7.12

quando a anedota somos nós


Se há coisa em que acredito piamente é que rir é o melhor remédio. Talvez por isso seja uma pessoa de sorriso fácil e esteja sempre pronto para a brincadeira. Gosto de me rir. Aliás, rio-me de tudo, dos outros, dos pequenos contratempos da vida que fazem com que se cometam pequenos deslizes em público e de mim.

Não sou de ficar ofendido quando a piada sou eu ou algo feito por mim. Aliás, sou quem mais se ri quando fazem uma boa piada sobre mim, quando “gozam” com alguma característica minha ou imitam algo feito por mim. Sou daqueles que defendem que temos de ter poder de encaixe para sorrir quando somos a anedota.

Ao longos dos últimos dias, com tantos desportos na televisão, não tenho feito outra coisa que não seja sorrir, de mim, dos outros, de tudo. E como não sou invejoso, vou partilhar aqui o que me leva a gozar comigo e a rir sem parar.

eu cheio de cal
Em criança pratiquei atletismo. Quando somos mais novos, vamos competindo em tudo para perceber até que ponto somos bons naquelas modalidades. Na única vez que participei nos 100 metros barreiras arranquei em primeiro. Seguia triunfante no meu caminho até que tropecei na última barreira. Resultado, caí e fiquei cheio de cal, que era utilizado para fazer as marcações da pista. À cal juntaram-se umas quantas feridas. Acabei a prova meio coxo e na altura não achei piada nenhuma. Mas, ainda hoje choro a rir quando recordo detalhadamente a minha queda.

joelhada no queixo
Uma modalidade que gostava de praticar era salto em altura. Levava aquilo tão a sério que estava sempre a tentar aperfeiçoar o movimento para não derrubar a vara durante o salto. Uma vez, levei o movimento tão a sério que dei uma joelhada no queixo. O que interessa é que a vara não caiu.

às do ténis de mesa
Antes do atletismo joguei ténis de mesa. Sendo esquerdino, tinha vantagem sobre os meus adversários, maioritariamente destros. O meu encanto pela modalidade durou pouco (apesar de ainda hoje gostar de jogar) mesmo com o treinador a dizer que tinha tudo para ser um talento da modalidade. Recordo-me do único torneio em que participei. Chamava-se Dartacão e só ganhei o jogo da primeira eliminatória. Ganhei porque o adversário não apareceu. Na segunda ronda levei uma monumental tareia. Do mal ao menos, ganho aos meus amigos.

hsb, o patinador
Numa noite chuvosa, fui beber um copo com uns amigos a Almada velha. Quem conhece a zona sabe que há algumas ruas inclinadas. Eu, com os meus ténis novos ia a descer a rua quando me falha um pé, depois, o outro. Seguiram-me cerca de dez segundos (pareceu cerca de dez horas) em que só rodei os braços e os pés enquanto a rua se ria de mim. Para minha alegria, não caí e juntei-me aos sorrisos.

Rir é mesmo o melhor remédio e rir de nós é do melhor que podemos fazer.

33 comentários:

  1. Um dia ia eu na rua, toda pimpona quando uma senhora pomba, me cagou o cabelo lá do alto.

    Foi o suficiente para me fazer voltar à terra...

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    1. Também já me aconteceu. E como tenho o cabelo semi-comprido, ia escorrendo até ir parar ao colete de Inverno branco que trazia vestido. Disfarçava no casaco, mas no cabelo, tive que ir para um wc de um café... Nojo!!! ehehhehe. :)

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    2. Felizmente ainda não tive esse azar :)

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  2. Não és apenas tu que te ris de ti próprio. Quando comecei a ler o teu texto recordei-me dos meus tempos de estudante, em que vinha a descer a Praça da República a pé com a minha colega. Sei que tropecei na calçada e andei a fazer um metro de maratona para não cair. Explicando melhor, fui sempre a andar, a tocar o passo, e com os braços a rodar, para me manter em equilíbrio... Mas foi tudo em vão. Caí, fiquei a rir-me no meio da calçada, a pasta académica ia cheia de apontamentos foi parar ao meio da estrada e espalhou-se tudo pela estrada super movimentada. ehhehe... A minha colega ainda tentou agarrar-me, mas eu queria alcançar mesmo a meta, que deu em calças rotas, sangue nos joelhos. Não conseguia parar de rir, muito menos levantar-me. ehehehehhe... Por detrás de nós vinham uns chinocas, que foram super simpáticos (n percebi nada), mas foram tirar tudo à estrada. E eu ria, ria.. Sei que eu e a minha colega viemos a rir até à paragem de autocarro e até casa.
    Já me aconeceu o mesmo, em plena baixa, mas consegui bater a meta, sem cair!! Mas os braços sempre a rodar para tentar equilibrar!

    E agora já me ri imenso, pq cada vez que falo nisto rio-me de mim própria!! Shame on me!!! :)

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  3. Rir é de facto o melhor remédio :)E o sentido de humor é sem dúvida uma grande virtude.

    Eu também maioritariamente ando a rir, até para dizer algumas coisas mais séria, o que faz com que ás vezes não acreditem e não me levem a sério:)

    Outra das coisas que não consigo fazer sem me rir, é contar uma mentirinha, não consigo, começo a rir e sou logo apanhada!!

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  4. Adoro rir e, ainda mais, quem me faça rir. Se pudesse passava o dia a rir. Sabe tão bem. As minhas gargalhadas são audíveis e lembro-me, quando adolescente, que muitas vezes os meus amigos começavam a rir não das piadas, mas do meu riso. Às vezes, as lágrimas chegavam aos olhos e o riso era incontrolável. Hoje em dia, tento ser um pouco mais contida, mas não tem sortido muito efeito! ;)

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    1. Não te contenhas! Uma boa gargalhada é do melhor que há :)

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  5. É difícil nomear momentos de riso, porque estou sempre a rir...
    Gostei do teu texto! E da joelhada ahah :p

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    1. A joelhada até nem doeu muito... já a queda nas barreiras... :)

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  6. Ui..espalhar-me é comigo :)
    Sou a 1ª a rir sempre, è o melhor até para disfarçar a vergonha...até porque quem vê vai estar com vontade de rir mesmo :) Porque será que sentimos vergonha de cair???
    Adoro rir...rir até me doer os maxilares........
    Já me ri mais :)
    bjinhos

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    1. Se a queda não doer muito, sou o primeiro a rir-me de ter caído :)

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  7. Eu lembro-me especialmente de uma, em que vinha de bicicleta, numa descida e travo e devo ter travado só com o da travão da frente porque saí disparada por cima da bicicleta para cima de um monte de silvas e picos... não me ri nada na altura! Muito menos quando tiveram de me ir de lá tirar...

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    1. Numa altura aconteceu-me isso. Era miudo e nunca esquecerei o momento em que os meus pequenos testículos bateram no guiador da bicicleta. Parece que estou a sentir a dor agora! Ouch!!!

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    2. Pois, felizmente eu isso não tenho, não sei como é :)

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  8. Parabéns HSB és verdadeiramente multifacetado. :)
    Ri a bom a rir, consigo visualizar as tuas façanhas...
    Back to work

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    1. Antes rir e imaginar do que sentir :)

      Estes são apenas alguns exemplos do que já me aconteceu :)

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  9. Eu passo a vida a rir. sou uma palerma por natureza.
    E rir de mim e das minhas trapalhadas é diário.
    Senão não tinha partilhado isto com o mundo:

    percalços em roma

    ciao bella

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  10. Rir é mesmo o melhor remédio, ao menos ajuda a abstrair alguma dor que alguma queda ridícula possa causar. A minha última joelhada (dada numa cruz no cemitério que fez o meu joelho negro e ainda ter dores hoje) foi prova disso. Acabadinha de dar e lá estava eu a desmanchar-me a rir mesmo com as dores!

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    1. Essa deve ter doído e não sei se conseguia sorrir no teu lugar :)

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  11. Muito bom, não sou a única desastrada... lool

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  12. Eu sou ultra distraída e ás vezes desastrada.. já não mudo!! Faço cada uma que não lembra a ninguém!! Quando estou com amigos conto as que me vai acontecendo e tudo desata à gargalhada.. só eu!! Gosto de sorrir e acho que rir do que nos vai acontecendo e do que vai acontecendo à nossa volta ,é a maneira mais agradável de viver! :-)

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  13. Podemos então concluir que desporto não é contigo..!!! No meu caso, basta olhar para as fotografias e modas de antigamente que a gargalhada aparece rapidamente!

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    1. Também não posso reduzir mais de vinte anos de desporto ao que aqui conto. Felizmente existiram muitos momentos bons e de sucesso :)

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